Setecidades Titulo
Médico se distrai e opera joelho errado
Luciano Cavenagui
Diário do Grande ABC
23/05/2007 | 07:03
Compartilhar notícia


“Eu me distraí. Estava conversando com a paciente e acabei operando o joelho errado dela.” Foram com essas palavras que o médico ortopedista Luiz Evandro Maranhão Braga explicou o erro médico cometido com a operadora de telemarketing Elisete Locatelli, 51 anos. Em vez de operar o joelho esquerdo, Braga fez cirurgia na perna direita.

O equívoco ocorreu no dia 10 no Hospital Ifor, no Centro de São Bernardo. O hospital é referência na área de tratamento ortopédico na região. A operação foi necessária porque a paciente sofria de condromalácia (lesão na cartilagem do joelho) e ferimento no menisco.

Elisete só percebeu o erro quando acordou no final da operação. “Estou tranqüilo. Isso pode acontecer com qualquer profissional. Trabalho há mais de 20 anos na região e nunca tive problema algum. Estava batendo um papo com a paciente e me distraí. Só isso”, afirmou o médico.

Mesmo cometendo o erro, Braga contou que, de certa maneira, acertou. “O joelho direito também tinha uma lesão na cartilagem e eu acabei corrigindo. Infelizmente, a paciente teve trombose, que é uma seqüela normal nesse tipo de operação”, afirmou.

Para sanar o problema, a operadora de telemarketing está internada no Hospital Cristóvão da Gama, em Santo André. O corpo clínico do hospital confirmou a afirmação de Braga e informou que a seqüela é normal. No dia seguinte à operação, Elisete registrou queixa no 1º DP de São Bernardo.

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) abriu sindicância para apurar o caso. O órgão vai solicitar ao Hospital Ifor o prontuário médico da paciente e outras informações que julgar necessárias. A sindicância pode resultar em processo disciplinar. No final dessa fase, o médico responsável pelo erro pode sofrer desde uma advertência até a cassação do registro profissional. Tudo isso pode demorar até dois anos.

Braga não faz parte do quadro de médico do Hospital Ifor. Ele é credenciado para realizar operações no local por meio de convênios. O ortopedista faz parte do corpo clínico da Cefro (Centro de Fraturas e Ortopedia de Santo André) e realiza operações em diversas clínicas do Grande ABC.

“Por enquanto, ele não vai mais fazer cirurgias com a gente”, afirmou o diretor do Hospital Ifor, Carlo Milani. “O conselho de ética do hospital encaminhou o caso para o Cremesp. Vamos aguardar a sindicância”, afirmou.

O diretor contou que conhece Braga há 20 anos e que nunca teve problemas de erro médico com ele. “É um profissional gabaritado, com diversos cursos de especialização. Mas erra como qualquer ser humano”, acrescentou Milani. Elisabete não quis conversar com a reportagem.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;