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Por que a data da Páscoa muda?
Por Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
24/04/2011 | 07:00
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A Páscoa não cai no mesmo dia todo ano porque é comemorada no primeiro domingo de lua cheia após a entrada da primavera no Hemisfério Norte (no Hemisfério Sul é início de outono).

A data é calculada dessa forma porque segue o calendário lunissolar, que mistura o lunar (forma de contar o tempo pelas fases da lua: cheia, minguante, nova e crescente) e o solar (contado a partir das estações do ano). A celebração, no entanto, acontece sempre entre 22 de março e 25 de abril.

Cientistas encontraram vestígios de uma festa antiga que acontecia no mesmo período da Páscoa e era comemorada por povos que moravam na região do Mar Mediterrâneo há milhares de anos. Celebravam o fim do inverno e o início da primavera, estação que representava maiores chances de sobreviver. O forte frio da Europa dificulta a produção de alimentos.

A palavra Páscoa vem de Pessach, que significa passagem em hebraico. É a festa que os judeus fazem para lembrar o dia em que fugiram da escravidão do Egito em direção à Terra Prometida, há cerca de 3.200 anos.

Os cristãos aproveitaram a data e seu significado para comemorar a ressurreição de Jesus Cristo, ou seja, a passagem da morte para a vida. No passado, era uma festa simples, com cânticos para comemorar que Cristo estava vivo. Apenas com o passar do tempo o ovo e o coelho - que simbolizam a vida - viraram símbolos.

A Páscoa cristã dura quatro dias. A quinta-feira lembra o dia em que Jesus lavou os pés dos discípulos e sexta quando morreu. O sábado relembra o cântico de aleluia e o domingo, a ressurreição.

 

Judeus celebram Pessach de modo diferente

Judeus comemoram o Pessach de modo diferente de como cristãos celebram a Páscoa. Primeiro leem o Hagada, texto que conta como o povo fugiu da escravidão no Egito, além de dar instruções para o Sêder, jantar especial na primeira noite do Pessach. Durante a refeição, as mulheres acendem velas e deixam a porta aberta, pois acreditam que o profeta Elias voltará para salvá-los.

Há seis pratos que relembram a experiência no Egito: pescoço ou pé de galinha (representa o cordeiro sacrificado), pasta de nozes com maçã, amêndoas e vinho (a massa para construção que faziam) raiz forte e alface amargo (a amargura da escravidão), batata cozida em água com sal (as lágrimas) e ovo (a esperança por vida melhor).

 

Mentiras em 1º de abril

O Dia da Mentira, em 1º de abril, surgiu na França, em 1564, depois que o rei Carlos IX adotou o calendário gregoriano. Antes, usava-se o calendário juliano, no qual o Ano-Novo era comemorado entre 25 de março e 1º de abril por causa da chegada da primavera no Hemisfério Norte.

Após a mudança, o ano passou a começar em 1º de janeiro. Na época, as notícias demoravam para chegar a todos. Por isso, algumas pessoas continuaram a celebrar o Ano-Novo entre março e abril. Também existiam as que não apoiavam o novo calendário.

Assim, aqueles que o aprovaram zombavam dos que não. No dia 1º de abril faziam travessuras, mandavam presentes e convites de festas que não existiam. Quem caia nas brincadeiras era chamado de bobo. O costume se espalhou pela Inglaterra e depois pelo resto do mundo. Então, 1º de abril ficou conhecido como Dia da Mentira ou dos Bobos.

 

Tem mais

- O calendário que usamos é o gregoriano, muito parecido com o solar na contagem dos meses e do ano. Também tem influência das fases da lua.

- O calendário chinês é lunissolar e o Ano-Novo não tem data fixa; começa na primeira lua nova que ocorre entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro. Cada ano é representado por um animal.

- Outras datas festivas dependem do dia em que ocorre a Páscoa como, por exemplo, Pentecostes, oito domingos depois, e o Carnaval, 47 dias antes.

- Muçulmanos usam o calendário lunar, com 11 dias a menos do que o solar. O primeiro ano teve início a partir da fuga do profeta Maomé de Meca para Medina, em 622 no calendário gregoriano.

 

Taynara Vieira, 8 anos, de São Bernardo, não imagina como o dia da Páscoa é calculado. "Em 2011 acontece em abril, mas teve ano que foi em março". A menina gosta do feriado principalmente por ganhar ovos de chocolate.

 

Consultoria de Bruna Taques, professora de Ciências da Natureza do Museu Catavento, e Fernando Altemeyer, professor de Ciências da Religião da PUC




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