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Sabesp decide até sexta-feira se amplia rodízio de água em SP
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11/11/2003 | 00:08
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Se não chover até sexta-feira (dia 14), a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) poderá determinar racionamento para nove milhões de pessoas abastecidas pelo Sistema Cantareira já a partir da próxima semana. Está tudo preparado para o início do processo. Só falta definir quanto tempo os moradores da capital e da Grande São Paulo ficarão sem água, ou seja, se o rodízio será de 24h ou 36h.

Existe a possibilidade de chuva ainda esta semana, segundo o meteorologista da empresa Climatempo André Madeira. De acordo com ele, o sol predominará até quarta-feira, quando a aproximação de uma frente fria aumentará a umidade e poderá provocar pancadas de chuva à tarde em pontos isolados.

As precipitações deverão ocorrer até sexta-feira, com o tempo melhorando no sábado. Em novembro, o índice normal de chuva é de 137,4 milímetros, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), mas até agora só choveu 10,7 milímetros na estação do Inmet, no Mirante de Santana, na zona Norte de São Paulo.

Se as chuvas não forem suficientes e o rodízio se confirmar, uma das três bombas da Estação Elevatória de Santa Inês, na zona Norte, deverá ser desligada. Com isso, deixarão de ser distribuídos 11 mil litros de água por segundo. Hoje, as três bombas - uma quarta só funciona em casos de emergência - produzem 33 mil litros de água por segundo.

Queda histórica - Nesta segunda-feira, o nível de armazenamento de água do reservatório chegou a 3,7% de sua capacidade, o mais baixo dos 30 anos de história do manancial. "O nível está num ponto crítico e a regularidade do abastecimento depende de chuvas", disse o gerente de Comunicação da Sabesp, Sérgio Lapastina. "Esta é uma semana decisiva."

A régua de medição constatava que o nível de água estava a apenas 7,45 metros acima do fundo do reservatório. É com base nesse dado que os técnicos calculam o volume de água armazenado.

Na sexta-feira, a capacidade do maior reservatório da região metropolitana de São Paulo era de 4,5%. "A queda se deve à falta de chuva e ao aumento do consumo no fim de semana em conseqüência do calor", explicou Lapastina. "Todo fim de semana, principalmente com as temperaturas elevadas, há um maior consumo de água nas residências."

De acordo com Lapastina, de junho a setembro houve recorde histórico de estiagem na região. "Há 70 anos não ocorria uma estiagem como essa", afirmou. "Além da falta de chuvas, as temperaturas foram elevadas, contribuindo para o aumento do consumo."

Dificuldade - A operação para iniciar o rodízio no Sistema Cantareira é muito mais complexa do que a necessária para racionar água no Sistema Alto Cotia, que fornece água para 440 mil pessoas. No Alto Cotia, em racionamento desde o dia 22, o nível se manteve praticamente estável nos últimos três dias - passou de 6,1% para 6%.

No Cantareira, a complexidade para iniciar o rodízio se deve ao tamanho do sistema. São aproximadamente 30 quilômetros de rede de distribuição, dezenas de válvulas e muita pressão nas tubulações. "A despressurização e a pressurização são operações que têm de ser bem calculadas para evitar a ocorrências de vazamentos e o estouro das tubulações", explicou Laspastina.

Essa dificuldade foi constatada em setembro, quando a Sabesp teve de suspender o fornecimento de água no Cantareira para a realização de obras de limpeza e manutenção preventiva. Cinco dias depois de o abastecimento ser restabelecido, 400 mil pessoas continuavam sem água por causa de um problema ocorrido na alça oeste, local onde foi feito o remanejamento de uma adutora. Uma das válvulas de controle teve um problema, afetando o abastecimento.




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