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Hong Kong lembra 10º aniversário de repressao militar
Por Do Diário do Grande ABC
30/05/1999 | 15:22
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Milhares de pessoas marcharam neste domingo pelas ruas de Hong Kong para lembrar o décimo aniversário da repressao militar que pôs fim às manifestaçoes democráticas na Praça da Paz Celestial em Pequim. Ativistas e parlamentares lideraram o protesto, que começou no parque Vitória, onde foi colocado um caixao vazio em uma quadra de basquete, em memória dos que morreram em 4 de junho de 1989 durante a repressao.

A multidao entoou cançoes e ergueu cartazes, nos quais se lia: 'Nao se esqueçam de 4 de junho``, e 'Viva a democracia``. Os manifestantes caminharam aproximadamente 6,4 quilômetros até o palácio do governo, próximo ao centro de Hong Kong. 'A demanda pela democracia todavia está latente em Hong Kong e fará eco em toda a China``, disse Lee Cheuk-yan, deputado de Hong Kong, um dos organizadores do evento.

A polícia calculou que 2.000 pessoas participaram da manifestaçao, mas os organizadores estimaram em 4.000. No ano passado, 2.700 pessoas participaram do ato. 'Queremos que o governo saiba que eles se equivocaram há 10 anos``, disse John Chan, um professor de 50 anos que esteve presente à manifestaçao.

Alguns parlamentares e ativistas destacaram que o ato ganhou este ano um novo significado depois que o governo decidiu pedir a Pequim para que torne mais clara a Constituiçao do território, conhecida como a Lei Básica, para assim anular uma decisao de um tribunal de Hong Kong que permitiria uma onda de imigraçao proveniente do território chinês. Os críticos alegam que a medida debilita a independência judicial de Hong Kong. 'O governo já nao respeita a lei``, acusa Cyd Ho, um deputado do pequeno grupo populista conhecido como A Fronteira.

A mobilizaçao deste domingo também serviu para pedir que a China liberte os dissidentes políticos presos. O protesto foi organizado pela Aliança de Hong Kong em Apoio a Movimentos Patrióticos Democráticos da China, um grupo considerado 'subversivo`` por Pequim.

Os ativistas de Hong Kong promovem protestos freqüentemente para exigir de Pequim a libertaçao de dissidentes e a reavaliaçao dos protestos liderados pelos estudantes em 1989. Pequim considera oficialmente essas manifestaçoes uma tentativa de golpe de Estado. Nos últimos dias, a polícia chinesa intensificou a repressao a dissidentes antes de completar o décimo aniversário do lamentável episódio.

Centenas, talvez milhares, de pessoas foram assassinadas quando tanques de guerra e soldados reprimiram os manifestantes na praça da Paz Celestial na madrugada de 4 de junho de 1989.

Muitos em Hong Kong protestaram na ocasiao contra a repressao, que ainda é um tema delicado no território, cuja soberania retornou da Gra-Bretanha para a China em 1997.




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