O que era sonho virou pesadelo. O torcedor do Palmeiras que foi à inauguração do Allianz Parque, ontem, em êxtase pela grandiosidade do estádio, voltou para casa de cabeça inchada. Apático, o time perdeu para o Sport por 2 a 0 e vê a zona de rebaixamento mais de perto no Campeonato Brasileiro.

Com 39 pontos, o Verdão, que chegou à terceira derrota seguida, está três à frente da Chapecoense, primeiro time na zona da degola e que joga hoje, às 19h30, contra o Fluminense, no Maracanã. Já o Sport é o 11º, com 47.

A ansiedade para ver o Palmeiras em campo se transformou em aflição. A torcida fez sua parte e apoiou o time, mas os erros e a passividade transformaram o sonho na dura realidade, de um time que não consegue deslanchar.

Necessitando da vitória, o Verdão até teve o controle da bola no primeiro tempo, mas sentia falta de um meia que criasse jogadas que pudessem desmontar o sistema defensivo do Sport. Apagado, Felipe Menezes, definitivamente, não era esse jogador.

A única chance do Verdão na primeira etapa saiu de bola na área. Juninho percebeu deslocamento de Felipe Menezes e cruzou na cabeça do meia, que errou o alvo.

No segundo tempo, percebendo que o time não reagia, Dorival Júnior colocou Allione na vaga de Felipe Menezes. A mudança surtiu efeito contrário e foi o Sport quem quase abriu o placar. Ao 21, Diego Souza cruzou, mas Danilo mandou para fora.

O que estava ruim ficou ainda pior. Aos 31, após cruzamento na área, Nike desviou e a bola sobrou para Ananias, que chutou no canto direito de Fernando Prass para marcar o primeiro gol da arena.

Com a festa adversária, a paciência do torcedor acabou e ouviu-se muitas vaias. Sem rumo, o Palmeiras se entregou e ainda viu o Sport ampliar, aos 45, com Patric. O torcedor, que estava feliz, teve de amargar uma dolorida derrota na volta para casa.

Torcida perde paciência e pede cabeça de Wesley e Paulo Nobre

Assim que o árbitro paraense Dewson Fernando Freitas apitou o fim do jogo, a torcida do Palmeiras não perdoou jogadores e diretoria. Os principais alvos eram o meia Wesley, que teria acertado com o São Paulo, e o presidente Paulo Nobre.

Os torcedores pediram a saída do dirigente e ameaçaram agredir os jogadores em caso de novo rebaixamento para a Série B do Brasileiro. Por fim, a torcida constatou que está cansada de sofrer.

Um dos poucos jogadores poupados pela torcida era o volante Marcelo Oliveira, que garantiu que a pressão por estrear em casa não prejudicou. “Acho que entramos preparados. Conversamos muito sobre isso. Sobre a festa, a emoção, mas o nosso foco era dentro de campo. No começo fomos bem. Sabíamos que eles viriam fechados e sairiam nos contra-ataques. E foi isso que aconteceu”, comentou o volante.

Curioso é que minutos após a bola parar de rolar, o estádio começou a ser desmontado para instalação da estrutura para os shows do cantor Paul McCartney, que se apresenta no estádio nos dias 25 e 26.