Após negociações com os permissionários da Ceasa (Companhia de Abastecimento) da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), a Prefeitura de Santo André vai publicar hoje edital revendo aspectos da licitação que estava em andamento. A publicação reformulada altera o valor mínimo do lance para a outorga dos boxes de 90 m², que cai de R$ 90 mil para R$ 70 mil. Segundo a administração municipal, o objetivo foi incentivar a concorrência durante a disputa. Além disso, a Prefeitura fixou novas formas de pagamento pelo uso dos espaços. No caso do pagamento à vista, o comerciante terá 20% de desconto. Outra opção é a entrada de 10% e o saldo parcelado em 24 vezes. A terceira alternativa é dividir a entrada de 15% do valor total em duas parcelas, sendo a primeira no ato e a segunda no 13º mês. Nesse caso, o restante pode ser pago em até 40 vezes. Do total de 57 espaços, 55 têm 90 m² cada. Os outros dois têm 270 m², com valor mínimo ofertado de R$ 302,4 mil. Os vencedores da concorrência terão permissão para utilização comercial dos locais durante dez anos, que pode ser renovada por mais dez anos, com pagamento de 70% do valor da outorga. Com o novo documento, o prazo foi prorrogado até 29 de maio, às 9h30. Nessa data, às 10h, haverá ato público para a abertura dos envelopes das propostas. O edital está disponível nos sites www.craisa.com.br.

Comerciantes - A redução do valor e o aumento do número de parcelas foram fruto da pressão dos comerciantes instalados na Ceasa, que chegaram a paralisar durante 24 horas a atividade no local, com manifestação na Avenida dos Estados, e depois de quatro reuniões dos atacadistas com a administração municipal. "Concordamos com o valor, mas ninguém garante a permanência do permissionário que está lá e ajudou a construir a Ceasa", diz o presidente da Associação das Empresas da Ceasa do Grande ABC, João Batista de Lima. Ele lembra ainda que, além de pagar o valor de outorga pelo espaço, o comerciante terá de arcar com custo fixo mensal que gira em R$ 4.700, somando rateio de água, luz, portaria, vigilância, limpeza e outros serviços (cerca de R$ 2.200) e aluguel (outros R$ 2.500). "Os custos terão de ser repassados. Quem vai pagar é o consumidor", afirma Lima.