Economia Titulo Paralisação
Manifestação de médicos
tem baixa adesão na região

Profissionais decidiram cruzar os braços na última quinta-feira
para protestar contra condições oferecidas pelas operadoras

Yara Ferraz Especial para o Diário
26/04/2013 | 07:00
Compartilhar notícia


A paralisação dos médicos que atendem planos de saúde, programada para ontem, teve baixa adesão na região. Das 15 clínicas médicas pesquisadas pela equipe do Diário, apenas duas tiveram profissionais que participaram do protesto. E só uma ficou totalmente fechada. Mesmo assim não houve tumulto, porque os pacientes já tinham sido avisados.

No Dia Nacional de Alerta aos Planos de Saúde, os médicos decidiram cruzar os braços como forma de protesto em relação às condições que as operadoras tratam os profissionais e os pacientes. Passeata com trabalhadores da Saúde de diversas cidades e panfletagem foram realizadas na Capital.

O presidente da APM (Associação Paulista de Medicina), Florisval Meinão, declarou que a baixa adesão não é motivo de preocupação. "Não vamos medir em números os que estão fora do consultório, até porque recomendamos quem já estava com consulta marcada atender, afinal o paciente não tem nada a ver com isso", disse.

Segundo a Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), que representa os convênios, não houve paralisação nos atendimentos de emergência e os eletivos foram reagendados.

De acordo com a APM, a orientação aos profissionais foi de que não se agendasse mais nenhuma consulta para ontem, oferecendo outros dias para o paciente. Meinão garantiu que ninguém foi prejudicado, especialmente em casos extremos. "Não se deve dizer ‘não' à emergência. Orientamos que os profissionais procedam de maneira criteriosa."

REINVIDICAÇÕES - O principal intuito do protesto foi chamar a atenção da sociedade para as condições dos planos de saúde em relação aos profissionais, como, por exemplo, honorários e questões burocráticas, que atrapalham também os pacientes.

Segundo pesquisa realizada pela APM junto ao Conselho Regional de Odontologia de São Paulo e Federação Nacional de Associações de Prestadores de Serviço de Fisioterapia, cerca de 46% dos médicos classificam os convênios como ruins ou péssimos.

Esse número é ainda maior em relação a outros critérios: 86% dos médicos responderam que já tiveram que encaminhar pacientes ao SUS (Sistema Único de Saúde) ou a atendimentos particulares, por obstáculos criados pelos planos de saúde.

Os próximos passos a serem dados pela categoria serão encaminhar solicitações de negociações com todas as empresas para rever diversos procedimentos. A APM pretende fazer isso até junho, já que em julho será divulgado o balanço nacional das negociações e os nomes das operadoras que se negarem a conversar.

A principal expectativa do presidente da APM é que as partes cheguem a um acordo. "Nos anos anteriores as negociações avançaram muito pouco. Esperamos que as empresas cumpram o seu papel e sentem nas mesas e negociem", afirmou.

 

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;