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Servidores de Mauá descartam greve

Sindicato cobrará reajuste salarial na Justiça; Paço oferece 1%

Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
09/05/2012 | 07:00
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Encurralados após as declarações do prefeito, Oswaldo Dias (PT), de que o governo não tem caixa para conceder gratificações ao funcionalismo neste ano, os servidores de Mauá colocaram ontem ponto final na ameaça de greve. Apesar de a paralisação ter sido descartada, o Sindserv (Sindicato dos Servidores) prometeu ir à Justiça para conquistar o reajuste salarial de 5,8% à categoria.

Em reunião tensa com cerca de 100 funcionários da administração municipal, foram aprovadas manifestações para pressionar o governo e pré-candidatos a prefeito a atenderem em 2013 os pleitos da classe - além do reajuste, aumento do vale-compra de R$ 74 para R$ 200, a revisão do Estatuto do Magistério e a implantação de plano de carreira.

O primeiro protesto será terça-feira, às 13h, quando a funcionalismo se concentrará no bulevar do Centro para iniciar passeata até o Paço, com pausa na Câmara para cobrar apoio dos vereadores. Entre as palavras de ordem estarão as alusivas ao 1 % de reajuste oferecido pela administração petista como contraproposta, que sequer foi colocado em votação na reunião de ontem.

"Não tenho coragem para colocar uma coisa dessas para votação. É o cúmulo... ridículo", externou o presidente do Sindserv, Jesomar Lobo. A Lei Federal 9504/97, em seu artigo 73, proíbe o reajuste salarial acima da inflação a servidores a menos de 180 dias da eleição, mas não especifica se a regra vale para os últimos 12 meses, como considera o sindicalista, ou se apenas para o ano vigente. Com o segundo entendimento, o governo ofereceu 1% considerando a inflação de janeiro a março. "Nos deram um passa-moleque", reclamou.

Suicídio - A reunião de ontem não foi chamada de assembleia, segundo Jesomar, justamente para enterrar a possibilidade de paralisação. "Se convoco assembleia viria muito mais gente e certamente deflagraria a greve. Seria suicídio", alegou. "Com lei te enforcando dizendo que não pode ter aumento real... 5,8% é muito pouco para enfrentar tamanho desgaste. Temos de ter malandragem para saber contornar a situação."

O encontro de ontem também registrou o descrédito de alguns funcionários com o Sindserv. Parte da categoria criticou a atuação da direção, que não consegue mobilizar número expressivo de servidores - o funcionalismo municipal é formado por aproximadamente 6.000 pessoas. "Falta de credibilidade não procede porque temos 3.000 associados. O que existe é descontentamento com a situação", defende Jesomar.




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