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Mauá fecha creche e transfere alunos para fábrica de cultura

Pais reclamam que equipamento não é adequado para crianças pequenas; salas foram improvisadas

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
22/02/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Sala multiuso com divisórias. Banheiros para adultos. Tomadas baixas, na altura das mãos de crianças curiosas. Duas grandes piscinas a poucos metros, separadas por grade baixa e catracas. É esse o cenário que foi provisoriamente transformado em creche para os alunos da EM (Escola Municipal) Geovane Oliveira Lacerda Costa, no Parque das Américas, em Mauá. Os cerca de 200 alunos foram transferidos para a Fiec (Fábrica Integrada Educacional e Cultural), após a unidade escolar ser interditada, na última sexta-feira, por problemas estruturais.

Segundo relatos dos pais, desde novembro a direção da escola já havia informado que seria necessária reforma no equipamento, que tem mais de três décadas. Vazamentos e infiltrações são os principais problemas. “Na sexta-feira, deixei meu filho e, como ele está em fase de adaptação, voltei para busca-lo mais cedo e fui surpreendida com um caminhão na porta da creche, tirando tudo lá de dentro”, explicou a dona de casa Vanessa de Assis, 36 anos, mãe de Luigi, 3.

A operadora de caixa Vania Silva, 38, foi informada pelo condutor escolar que trouxe os dois filhos, Aylla, 10 meses, e João Miguel, 3, que haveria uma reunião de emergência no sábado. “Quando cheguei na escola e vi a quantidade de goteiras, a água acumulada, até chorei e pensei como tem sido para meus filhos”, reclamou.

Grupo de cerca de dez pais e mães esteve na Fiec ontem para participar de reunião com representantes do governo. Apenas os funcionários da creche estavam presentes, mas não quiseram falar com a equipe do Diário. Os servidores reconhecem que o local não é ideal, mas destacam que tudo foi feito para garantir a segurança das crianças e que os alunos serão atendidos, a partir de segunda-feira, “da melhor forma possível”.

Mães perderam dias de trabalho durante esta semana, porque não tinham com quem deixar os filhos. Quem não trabalha, cogita não levar os pequenos na próxima semana para as aulas. “Essa piscina aqui do lado, só com uma catraca, é um perigo. O lugar é aberto ao público, todo mundo entra, não tem portas nas salas para uma emergência. Tenho medo”, afirmou a auxiliar de ultrassom Daiane Koren, 33, mãe de Yasmin, 3, e Heloísa, 1. Apenas as crianças de 2 e 3 anos ficarão na Fiec. As menores foram encaminhadas para a EM Alberto Betão Pereira Justino, que fica ao lado.

Questionada, a Prefeitura de Mauá informou que a transferência das crianças é medida emergencial, com o objetivo de garantir a segurança dos alunos. A administração municipal frisou que já procura outro espaços, e diz que o prazo para transferência será “o mais rápido possível”. Enquanto isso, o governo promete realizar adequações na Fiec, a fim de assegurar segurança às crianças no horário escolar.

Segundo a Prefeitura, em dezembro do ano passado o governo fez uma avaliação da EM Geovane Oliveira Lacerda e abriu processo de contratação para obras de manutenção em janeiro, durante o período de férias. No entanto, as intervenções não foram realizadas na gestão interina, conforme o governo.




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