Automóveis Titulo
JAC terá 45 revendas em março
Por Wagner Oliveira
Enviado a Curitiba
08/12/2010 | 07:07
Compartilhar notícia
Divulgação




É na infidelidade do consumidor brasileiro que o empresário Sergio Habib aposta para fazer da JAC uma das surpresas do mercado nacional em 2011. No dia 14 de março do ano que vem, uma segunda-feira, ele inaugura de uma vez só 45 concessionárias da marca chinesa - 34 delas de sua propriedade.

A data de inauguração não é obra do acaso. Aproveitando a superstição do calendário chinês, que prevê bons fluidos para negócios abertos naquele mês, o empresário espera fazer barulho suficiente para aparecer na mídia, incomodar a concorrência e, principalmente, atrair a clientela.

"A maioria dos consumidores brasileiros não tem fidelidade a nada", raciocina. "O avô dele andou de jegue, o pai passou a vida pegando ônibus. Agora, ele chega ao seu primeiro carro sem referência de marca", disse. "Na Europa ou Estados Unidos, uma parcela considerável dos consumidores, por nacionalismo ou tradição, preserva identidade e fidelidade com algumas montadoras."

Acreditando na força de marca jovem e ainda desconhecida, Habib anunciou ter investido R$ 340 milhões na criação da infraestrutura da rede, marketing, publicidade, centro de distribuição e revenda de peças. Com isso, pretende chegar ao final de 2011 com 1% das vendas nacionais - cerca de 35 mil unidades.

Missão impossível para a JAC? Talvez não para aquele que já é considerado um dos magos da indústria automobilística nacional, onde já distribui várias marcas. Sua habilidade ficou evidente durante os 15 anos em que comandou a Citroën no Brasil.

A ele deve-se o crédito pela reputação que a montadora francesa atualmente desfruta no mercado brasileiro. Enquanto aqui o marketing conseguiu envernizar a marca com perfil premium, no resto do mundo a Citroën é tida como uma montadora comum, que vende carros para o ‘povão'.

"Em dois anos, quero fazer pela JAC o que demorei 15 anos para construir para a Citroën - uma marca desejada pelos brasileiros", afirma, durante entrevista ao ‘Diário'.

Ao todo, Habib comanda atualmente 55 concessionárias das marcas Aston Martin, Jaguar, Ford e Volkswagen - além da JAC e da Citroën. Em mais de 15 horas de trabalho diárias, ele acompanha tudo de seu escritório em São Paulo, onde monitores informam em tempo real cada uma das unidades vendidas das diferentes marcas.

Durante o Salão do Automóvel de São Paulo, o empresário teve de se deslocar pelos diferentes estandes das marcas que representa. Em cada um deles, exibiu seu conhecimento com números sobre o mercado. Se o segmento era de luxo, ele aproveitava para falar da Jaguar e Aston Martin.

Mas é no mercado de base, onde está o grande volume das vendas no País, que o empresário vai centrar o foco nos próximos meses. "Quem vai perder vendas com a entrada de novas marcas no Brasil é quem tem para perder, ou seja, as quatro grandes (Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford), que ainda comandam cerca de 75% das vendas no País", diz.

Para Habib, fabricantes chineses, sul-coreanos e japoneses vão avançar sobre os líderes com qualidade, promoção e preço. "Nos próximos anos, os chineses devem conquistar cerca de 10% do mercado brasileiro, com a maioria dos carros importados", profetiza.

PRODUTOS - Na faixa dos R$ 40 mil, o compacto J3 vai atuar na mesma faixa onde atualmente concorrem Fiat Palio, Volkwagen Gol e Peugeot 207. A minivan J6 vai concorrer com Chevrolet Zafira, Nissan Livina e Citroën Picasso, com preço na casa dos R$ 60 mil. Já o sedã J5 vai tentar concorrer com Honda Civic e Toyota Corolla, no patamar de R$ 55 mil.

O maior desafio do ‘mago' será fazer o consumidor crer que a JAC já é tão confiável quanto o veículo nacional. "Pode acreditar: atualmente o carro chinês está no mesmo nível de qualidade do carro produzido no Brasil. A vantagem será oferecer um veículo com maior nível de equipamentos por um preço mais competitivo", destaca o empresário.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;