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Garotinho e Luiz Eduardo Soares discutem em entrevista
Por Do Diário do Grande ABC
18/03/2000 | 13:36
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O governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PDT), e o sociólogo Luiz Eduardo Soares, demitido do cargo de coordenador de Segurança Pública e Cidadania, trocaram gentilezas durante uma entrevista à rádio CBN, neste sábado.

Irritado com a divulgaçao, por Garotinho, de uma gravaçao da conversa em que o governador o demitiu, Soares o desafiou a revelar a íntegra de diálogos entre os dois e reafirmou que a "banda podre" da polícia, formada por corruptos, venceu. Garotinho insistiu que combaterá os maus policiais.

Ao protagonizar o bate-boca, Soares estava no estúdio, mas Garotinho falava por telefone. Mais cedo, em seu programa semanal na Rádio Tupi, o governador atacou Soares. No mesmo programa, o secretário da Segurança Pública, Josias Quintal, e Garotinho acusaram Soares de ter nomeado policiais ligados à "banda podre". Segundo o sociólogo, o governador cedeu, como todos os antecessores, à pressao de policiais corruptos e violentos, que ameaçam parar a polícia.

A discussao entre os dois subiu de tom quando Garotinho, ao dizer que quer uma polícia limpa, disse que nao transige em questoes éticas.

Soares se defendeu. "Governador, se o sr. garante que nao transige com as questoes éticas, por que é que o sr. divulgou a nossa conversa privada ontem (sexta-feira)?" "A conversa nao era privada", respondeu Garotinho. "A conversa foi entre um chefe e um colaborador, que diz uma coisa para o seu chefe e diz outra para imprensa." "Isso o que o sr. fez foi uma vergonha" disse Soares. "Eu fiquei indignado, eu acho que é uma deslealdade, uma descortesia, uma deselegância." "Você ficou indignado porque caiu a sua máscara", respondeu o governador.

"Governador, quando privadamente a gente faz uma manifestaçao carinhosa, de respeito, dizendo pode contar comigo, a gente quer dizer o seguinte: enquanto e sempre o senhor quiser voltar a respeitar o nosso livro, pode contar comigo (sic) como cidadao." "Nao, nao foi assim que o senhor falou nao", disse. "Eu liguei, já tinha dito a você na véspera, bati na sua perna, no meu gabinete, e disse: 'Olha, doutor Luiz Eduardo, ficou difícil dessa forma, vai sair todo mundo. (...) 'Vai sair o senhor...'Confirma que eu lhe disse isso?" "Nao confirmo que o senhor me tenha dito isso", respondeu Soares. "É possível que se o senhor tiver gravado também esta nossa conversa, o senhor ponha no ar, entao, toda a seqüência dela, do início ao final, com tudo o que eu lhe disse ao longo dela, inclusive com o que foi dito depois que o senhor saiu da sala, ao bater na minha perna e dizer isso."

"Eu só queria, entao, deixar claro para a opiniao pública, que o doutor Luiz Eduardo, hoje, está dizendo que nao disse que o governador Garotinho está fazendo aliança com a banda podre", bateu o governador.

Mais tarde, Soares voltou a protagonizar outro bate-boca desta vez no programa RJ-TV, da Rede Globo, com secretário de Segurança Pública. Quintal lhe cobrou nomes de policiais corruptos. Soares, que se mostrou cético em relaçao à possibilidade de a comissao formada para investigar o caso chegue a algum resultado, apontou os inspetores Guimaraes e Magalhaes como integrantes do grupo Astra.




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