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Obras da UFABC iniciam em agosto
Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
22/01/2006 | 09:10
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O projeto arquitetônico básico do campus da UFABC (Universidade Federal do ABC) deve estar finalizado em abril. É quando o MEC (Ministério da Educação) pretende abrir licitação para contratar a empresa que construirá o conjunto projetado no terreno de 70 mil m², localizado na avenida dos Estados, em Santo André. A previsão é que as obras tenham início no segundo semestre, com previsão de entrega em dois anos. A equipe do arquiteto Claudio Libeskind, de São Paulo, ganhou o concurso nacional e vai desenvolver projeto executivo.

Tanto o arquiteto como o MEC informaram que em fevereiro serão feitas as adequações necessárias. Nos meses de março e abril, está prevista a finalização do projeto básico, o qual vai estipular que tipo de material será empregado e o modo de construção. Com o básico, o MEC poderá abrir licitação, a fim de que seja contratada a construtora. Já o projeto executivo será entregue num prazo de 180 dias a contar de maio, o que não impede a cotação de preços e o início das obras.

Libeskind e sua equipe detalharam que na construção será utilizado material pré-moldado, fazendo com que a obra tenha andamento rápido. Esse tipo de trabalho é mais caro, mas evita eventuais aditamentos de contrato pela empreiteira. Se uma obra é orçada para ser finalizada em um ano, por exemplo, mas a construção leva o dobro do período, além do custo do material, a construtora tem de contratar por mais tempo funcionários ou locação de equipamentos. Esses custos adicionais, por fim, encarecem a obra.

O arquiteto afirmou que, como havia sido previsto no edital do concurso, seu projeto poderá ser executado em etapas. Essa facilidade foi um dos critérios para a escolha do trabalho. “A primeira etapa deve ser a construção dos prédios para o ensino e o parque localizado na frente do terreno, onde ficará o centro esportivo. Se a opção do MEC é deixar para depois a conclusão do centro, poderão ser construídas as piscinas e duas quadras descobertas. O ginásio, que será coberto e terá arquibancadas, pode ficar para depois.”

A também arquiteta Sandra Llovet explicou que o terreno terá três pisos, aproveitando a topografia do terreno. O primeiro, que está nivelado com a avenida dos Estados, é chamado de Parque do Relógio, que tem como referência o monumento com 99 metros de altura. A praça em frente ao terreno ficará nesse piso, bem como o centro esportivo e o estacionamento. O terceiro piso é a Praça do Sol, que dá acesso à rua Abolição. No local, ficará parte do refeitório e do centro cultural, com anfiteatro, cinemas, biblioteca, papelaria, livraria e outras lojas.

O segundo piso é a Praça da Memória, pois será aproveitada a estrutura existente para o pavimento da alimentação. É sobre o segundo piso que serão erguidos os três prédios de ensino. Todos terão a mesma base, com três andares. No primeiro, ficará a sede da reitoria, administração e espaço comum, nos dois seguintes serão construídas amplas salas de aula, como pequenos auditórios. Esse espaço comum dará acesso às três torres. A mais alta será utilizada pelo centro de Ciências Sociais e Engenharia de Modelagem. No do meio, mais baixo, ficarão os centros de Matemática, Cognição e Computação. Por fim, na terceira torre ficarão os centros de Ciências Naturais e Humanas. Os três prédios terão estrutura semelhante, e só diferem na quantidade de pisos. “O tamanho dos prédios foi projetado com base no número de vagas que o MEC pretende criar em cada um dos centros”, explicou Sandra Llovet.

No centro dos prédios, haverá um vão com passarelas. No último piso (cobertura), as aberturas serão laterais. “Essa estrutura facilita a circulação do ar e mantém a temperatura mais baixa”, contou Claudio Libeskind. Também integrante da equipe, o arquiteto Mario Lotfi explicou que esse tipo de construção tem como conceito a “manutenção zero”. “Isso diminui a necessidade em colocar ar condicionado nas salas, o que encarece a manutenção do prédio.”

O quarto prédio, que seria utilizado para moradia, será remodelado para a instalação de laboratórios. “Esse foi um pedido do reitor (Hermano Tavares). Ele não quer perder área construída e nos disse para adequar para laboratórios. A localização da moradia ainda será discutida”, disse Libeskind.

A equipe de arquitetos vencedora do concurso, da qual David Ruscalleda também faz parte, adotou linhas da arquitetura moderna brasileira para desenvolver o projeto. A estrutura será de concreto aparente, com base revestida de zinco. Também serão utilizados como material madeira e vidro.

Para o desenvolvimento do projeto, a equipe de arquitetos, da qual David Ruscalleda também faz parte, receberá R$ 3 milhões. Para a construção, estão previstos no orçamento deste ano R$ 50 milhões. O valor total da obra será definido após a conclusão do projeto básico, em abril.



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