O líder cubano Fidel Castro esteve ausente nesta quinta-feira, pela primeira vez em 48 anos, no ato da Festa da Revolução Nacional, presidido por seu irmão Raúl, a quem entregou o poder depois de adoecer há exatamente um ano.

Mais de cem mil  pessoas assistiram à cerimônia realizada na Praça da Revolução da cidade de Camagüey, leste de Havana. Escoltado pela alta diligência política e militar da ilha, Raúl Castro encabeçou a comemoração do 54° aniversário do fracassado assalto ao quartel de La Moncada, a primeira ação rebelde que mais tarde resultou no triunfo da revolução cubana em 1959.

Em seu discurso, o irmão de Fidel ofereceu mais uma vez, ao próximo presidente dos Estados Unidos, a oportunidade de dialogar para resolver as divergências com a ilha.

"Se as novas autoridades norte-americanas desejarem pôr fim à prepotência e decidirem conversar de modo civilizado, sejam-vindas", afirmou Raúl. "Se não for assim, estamos dispostos a continuar enfrentando sua política durante outros 50 anos, se for necessário", acrescentou.

A simbólica data marca o primeiro ano de convalescença de Fidel, visto pela última vez em público neste mesmo dia no ano passado, quando pronunciou dois discursos nas cidades de Bayamo e Holguín. No dia seguinte, o líder cubano foi submetido à primeira de várias operações depois de uma hemorragia intestinal, e em 31 de julho de 2006 passou o poder a seu irmão.