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Ex-caseiro diz que Emile não ficou em chácara
Por Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
18/10/2004 | 09:04
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O ex-caseiro da chácara que a polícia aponta como sendo o local usado pelos assassinos de Emile Perez de Souza como cativeiro não acredita que a menina tenha passado uma noite na casa, situada na estrada da Manacá, em Rio Grande da Serra. Desligado do imóvel há cerca de nove meses, Manuel Inácio Silva continua morando nos arredores da chácara. Sua casa fica a pouco mais de 200 metros distante do suposto cativeiro. "Eu e meus vizinhos não vimos movimentação de pessoas estranhas por aqui nos dias em que a menina teria ficado presa na casa e o local não tem condições para abrigar ninguém. A Emile não ficou lá", disse Silva.

Depois da saída do caseiro, o imóvel teria sido alugado para um casal que montou um canil. Segundo Silva, a casa está desocupada há cerca de dois meses. Morador do Sítio São Francisco - área da Mata Atlântica, em Rio Grande da Serra - há mais de 20 anos, Silva conta que o local é pacato e as pessoas mal saem de dentro das casas depois das 19h por causa da escuridão e da falta de movimento. "De dia, se passasse um carro diferente, a gente ia notar. A não ser que só ficaram por aqui no meio da noite, mas a polícia disse que ficaram por aqui de dia."

Segundo Silva, apenas a movimentação dos policiais tornou-se comum no trecho de terra que vai da sua casa até a chácara. Ele contou que policiais teriam permanecido nos arredores da chácara na tarde de sábado e durante parte da manhã do domingo. "Mas eles não falam nada e nem perguntam coisas para a gente daqui."

Ainda segundo o ex-caseiro, o proprietário do imóvel se chama Adilson Paiva. De acordo com Silva, esse suposto proprietário teria estado na casa no sábado que antecedeu a eleição (Emile desapareceu no domingo do pleito eleitoral, dia 3 de outubro). "Não sei o que ele veio fazer e não conversei com ele nesse dia. Só me disseram que ele esteve ontem (sábado) na delegacia para depor", disse o Silva.

O corpo de Emile foi encontrado no dia 7 de outubro em um matagal há 2,5 Km da casa na estrada da Manacá. A menina estava nua e parcialmente, embrulhada em um saco plástico. O corpo tinha ferimentos no pescoço e no tórax. Os laudos periciais solicitados pela investigação ainda não foram divulgados pela polícia.

Neste domingo, após encontrar o ex-caseiro da chácara, a reportagem tentou contatar os policiais que trabalham nas investigações, mas não conseguiu confirmar a versão de que o suposto proprietário da chácara teria comparecido para depoimento no Distrito Policial de Rio Grande da Serra.

A polícia também não informou ao Diário os resultados da varredura que seria feita para procurar a arma usada para matar a estudante de 10 anos. Sábado, a polícia planejava vasculhar um trecho da Mata Atlântica onde, segundo depoimentos dos suspeitos, o objeto pontiagudo usado pelo assassino teria sido jogado. Oficialmente, a polícia informou apenas já ter conhecimento sobre o perímetro no qual a arma estaria perdida.

Neste domingo, nas delegacias de Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, ninguém tinha informações sobre as investigações. O delegado plantonista dos DPs, Tiago Lucarelli Tucundava, disse não saber sobre o andamento das investigações.

Dos sete suspeitos investigados pela morte de Emile presos temporariamente, cinco já foram transferidos da Cadeia Pública de Ribeirão Pires para outra prisão do Grande ABC, por conta da desativação da unidade de Ribeirão. Maria Aparecida Salviano de Oliveira, 52 anos, está detida na penitenciária feminina de São Bernardo.




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