Católicos e praticantes de religiões afro-brasileiras celebram hoje o Dia de São Jorge. No santuário da Vila Helena, em Santo André, haverá programação especial, com missas que se iniciam às 6h. A primeira celebração será dedicada aos trabalhadores, com a oração dos desempregados. O destaque é a missa dos impossíveis com procissão luminosa, a partir das 19h30.

O padre Bruno Marques explica que São Jorge é mártir. "Ele era soldado do Império Romano num período em que havia perseguição aos cristãos. Por não negar sua fé, foi morto." O santo é procurado para questões de saúde e proteção para as causas difíceis.

Já a umbanda e o candomblé celebram o Dia de Ogum. Terreiros e casas de umbanda da região irão comemorar a data. O presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, Ronaldo Antonio Linares, o pai Ronaldo, explica que, para os africanos, Ogum é o orixá do ferro, que faz a ferramenta para tirar o sustento da terra, mas também a lança para a defesa. "O branco impôs ao escravo a sua religião, e os africanos foram obrigados a fazer adaptações para que pudessem continuar a cultuar os orixás."

Quando perceberam que a imagem de São Jorge era coberta por armadura de ferro, carregava a lança e vinha montada num cavalo também coberto pelo ferro, associaram a Ogum. "Quando faziam suas obrigações, os negros levavam vinho como oferenda e tiravam uma pedra do local para carregar como amuleto de proteção. Para não serem descobertos, colocavam a pedra na barriga do cavalo da imagem."

São Jorge também é considerado o santo protetor do Corinthians. Segundo o presidente do bloco carnavalesco da Gaviões da Fiel na região, Emerson Leandro Figueroa, a data é importante para o clube. "Todo guerreiro merece ser celebrado."