Preço do etanol deve baixar quando nova safra começar, em março; antes disso, só se a demanda por álcool cair
No Grande ABC não vale mais a pena abastecer com etanol. A gasolina passa a ser mais vantajosa por conta da pequena diferença entre os preços dos combustíveis. Segundo especialistas, o álcool só é a melhor opção quando custar, no máximo, 70% do valor da gasolina.
Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) apontam que, em janeiro, a média do litro do etanol na região está em R$ 1,77, enquanto que o da gasolina está saindo em torno de R$ 2,42.
Para calcular o percentual, o consumidor deve multiplicar o valor da gasolina por 70%, e então, neste caso, chegará a R$ 1,69 (73%). Isso significa que até este preço o álcool seria vantajoso no Grande ABC - a gasolina, portanto, torna-se melhor escolha por render mais, embora seja mais poluente.
"O consumidor tem sempre que procurar o melhor preço do etanol, mas, no momento, compensa abastecer com a gasolina", afirma Roberto Rodrigues, assessor do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMR).
No Auto Posto Gravatinha, em Santo André, o litro do etanol está R$ 1,89, e o da gasolina, R$ 2,59. Para que o álcool ainda fosse vantajoso, teria de sair por, no máximo, R$ 1,81. "Até novembro, 70% dos meus clientes abasteciam com etanol. De dezembro para cá, está havendo uma migração para a gasolina, e as vendas hoje estão meio a meio", conta o proprietário Eugênio Bianchi.
De acordo com o representante da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, o custo do etanol só vai baixar quando o consumo cair. "Até o início da safra deste ano, que deve ser antecipada em um mês e começar em meados de março, o custo do etanol não deve ser alterado, a não ser que a demanda diminua. Depois que a moagem da cana começar, a tendência é que o preço seja derrubado."
Aliados a esse fato, existem em torno de 50 milhões de toneladas de cana que ficaram plantadas na lavoura e serão moídas no início da próxima safra. Elas ainda não foram colhidas por conta do excesso de chuvas.
Aumento - O preço do álcool combustível, que vem crescendo há pelo menos oito meses, justifica-se, segundo Prado, pelas chuvas, que reduzem a quantidade de açúcar da cana e, portanto, sua qualidade. "Na safra de 2009, entre abril e dezembro, registramos 1,8 bilhão de litros a menos do que na safra anterior", diz.
Para Rodrigues, do Regran, o ideal seria que houvesse um órgão governamental que regulasse o preço do etanol, assim como ocorre com a gasolina, por meio da Petrobras. Só assim o álcool não aumentaria tanto".
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