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‘Arrufos’ focaliza o amor em mutação
Por Natane Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
15/02/2008 | 07:07
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Arrufos significa pequenas brigas de amor. E é justamente sobre tal sentimento, objeto enaltecido ao longo dos séculos, que fala o novo espetáculo do Grupo XIX de Teatro, em cartaz a partir de amanhã, na Vila Operária Maria Zélia, em São Paulo.

Fruto de uma extensa pesquisa sobre as relações amorosas no Brasil durante os séculos 18, 19 e 20, Arrufos mostra como afetos, namoros, casamentos e contratos matrimoniais foram modificados de acordo com a realidade sócio-política em que os personagens abordados viveram.

“O espetáculo é uma reflexão de como o brasileiro vem amando”, explica o diretor Luiz Fernando Marques, que em 2008 coordenará o Núcleo de Direção na Escola Livre de Teatro de Santo André.

O grupo investiga o tema há mais de um ano. Entrevistas e muitas referências históricas e literárias ajudaram na concepção do texto. “Tivemos também muito contato com pessoas enquanto viajávamos pelo Brasil com as outras peças. Nós somos um grupo de muitas vozes”, conta Marques.

CENÁRIO

Terceiro espetáculo da companhia – os outros dois, Hysteria e Hygiene, foram indicados para nove prêmios, dos quais ganharam seis – , Arrufos tem cenário especial, construído a partir de pesquisas sobre mobiliário, cores e adereços. Além dos objetos, a cena recebeu 50 abajures que garantem a única iluminação do local.

O casarão onde ocorre a encenação fica localizado na Vila Operária Maria Zélia, tombada pelo Patrimônio Histórico. “Realizávamos os outros espetáculos durante o dia, mas agora não dá mais. À noite é quando acontecia o privado, precisávamos do clima. Até o horário usamos na dramaturgia”, revela o diretor.

GRUPO

Criado há sete anos, o Grupo XIX de Teatro promove uma pesquisa contínua voltada para a história brasileira. Um dos objetivos é a utilização de prédios antigos como espaços cênicos, o que resultou a eleição da Vila Maria Zélia como sede oficial da companhia.

A partir de abril, o grupo segue para a Europa, onde deve permanecer em cartaz com o espetáculo Hysteria. Primeira criação dos atores, a montagem já foi vista em 23 cidades brasileiras.

Arrufos – Teatro. Na Vila Operária Maria Zélia – r. Cachoeira, esquina com r. dos Prazeres, s/nº, Belenzinho. Tel.: 2081-4647. Ingr.: R$ 10 (meia-entrada) e R$ 20 (é necessário reservar os ingressos com antecedência). Sábado, às 20h; domingo, às 19h. Até 30 de março.

Destaque

Aida – Inspirada na ópera de Giuseppe Verdi, o astro Elton John, em parceria com Tim Rice, criou o musical Aida, em cartaz de 2000 a 2004 na Broadway norte-americana. Agora, a superprodução desembarca em São Paulo pelas mãos do diretor Augusto Thomas Vannuci. No palco estão mais de 50 artistas, entre músicos, bailarinos, atores e cantores.

O espetáculo, que custou cerca de R$ 5 milhões, estréia de carona no sucesso de outras grandes produções com versões nacionais, como Fantasma da Ópera, My Fair Lady, Miss Saigon e Os Produtores. A trama gira em torno da história de Radamés (Matheus Herriez e Renato Herédia), um jovem capitão egípcio incitado pelo pai a ocupar a região da Núbia. Traído pelos sentimentos, o rapaz se apaixona por uma escrava, Aida (Andrea Marquee e Corina Sabbas), que seria dada para a princesa Amnéris (Naíma).

Sexo, A Comédia – Entre os esquetes mais acessados pelo site YouTube, estão alguns da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo, em cartaz agora com Sexo, A Comédia. O espetáculo fica em curta temporada – apenas hoje, amanhã e domingo –, no Citibank Hall, em São Paulo. Munidos de muito bom humor, os atores exibem cinco pequenas cenas, que trazem um dos mais polêmicos temas de todos os tempos: o sexo.

Usando apenas smoking e alguns adereços, o grupo conta histórias relacionadas ao assunto, como as de um ator virgem que tenta participar de um filme pornô; um casal homossexual em vias de separar-se; um típico machão que traiu a mulher; uma funcionária que, com uma foto suspeita, evita a demissão; e a de um casal que quer praticar swing.

O Céu Cinco Minutos Antes da Tempestade – Bastante respeitado na cena artística, o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), coordenado por Antunes Filho, leva aos palcos O Céu Cinco Minutos Antes da Tempestade, a partir de hoje, no Sesc Consolação, em São Paulo. A peça da estreante dramaturga mineira Silvia Gomez narra a angústia de uma enfermeira que, após ser abandonada pelo marido, passa os dias cuidando da filha, sedada por remédios. Algum tempo depois, o homem retorna ao lar e encontra as duas alheias à realidade, dentro de um mundo construído somente por e para elas. O segundo texto nascido do Círculo de Dramaturgia do CPT (criado em 1999) também marca a estréia como diretor de Eric Lenate, também integrante do grupo.



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