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Luiz Marinho
pressiona prefeitos

Petista insinua que verba do governo federal
será liberada com apoio dos chefes de Executivo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
17/07/2014 | 06:39
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Marina Brandão/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), almoçou ontem, em restaurante na Capital, com os demais seis chefes de Executivo da região para articular apoio à candidatura de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Para convencer todos, o petista, que coordena o projeto eleitoral da chefe do País, considerou que foi Dilma quem autorizou repasse de R$ 461,6 milhões, via Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, às sete cidades e que caberá a ela efetivar o restante do recurso prometido em agosto, quando esteve em evento em São Bernardo.

Segundo prefeitos que participaram do encontro fora da agenda oficial, Marinho deixou implícito que o apoio declarado à empreitada de Dilma terá peso decisivo no trâmite dos projetos no governo federal. Em agosto, a chefe da Nação prometeu transferência de R$ 2,1 bilhões em obras de Mobilidade Urbana, Habitação e infraestrutura em áreas de encostas e favelas da região.

Como já houve aval ao repasse de R$ 461,6 milhões, resta ainda a chegada de R$ 1,64 bilhão aos municípios, dinheiro que engrossaria consideravelmente orçamento de cidades que atualmente têm receitas deficitárias.

O discurso de Marinho tinha como meta convencer o único prefeito a ainda não anunciar adesão à campanha de Dilma: Lauro Michels (PV), de Diadema – na segunda-feira, o verde não descartou que poderia pedir votos à petista. Há duas semanas, Gabriel Maranhão, representante solitário do PSDB entre os chefes de Executivo do Grande ABC, escancarou sua preferência – e voto – para a atual presidente da República.

Curiosamente, Lauro e Maranhão tiveram petistas, como Dilma, como principais rivais na eleição municipal de 2012. O verde conseguiu encerrar hegemonia de administrações do PT em Diadema ao derrotar, no segundo turno, o então prefeito Mário Reali (PT), enquanto o tucano foi eleito superando Claudinho da Geladeira, hoje coordenador da Macro PT ABC.

E é quase certo que daqui a dois anos Lauro e Maranhão terão de rivalizar com petistas na busca por suas reeleições. Se Dilma renovar mandato, subirá no palanque do adversários dos prefeitos que tendem a apoiá-la na corrida presidencial deste ano.

Ontem, Marinho não foi localizado para comentar o assunto. Na segunda-feira, após assembleia de prefeitos no Consórcio Intermunicipal, afirmou aos jornalistas que Dilma teria adesão de todos os chefes de Executivo da região.

“Terá palanque nas sete cidades, acreditem nisso. Com o apoio do prefeito, terá, vamos construir isso”, disse Marinho na ocasião, ao ser questionado se até mesmo Lauro Michels iria caminhar ao lado da petista. O PV, de Lauro, tem o ex-deputado Eduardo Jorge como candidato à Presidência. O PSDB, de Maranhão, lançou o senador Aécio Neves na corrida presidencial – o tucanato estuda expulsão do prefeito de Rio Grande pelo voto declarado em Dilma. 




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