Morador do bairro de periferia de São Bernardo desde 1972, o funcionário público Antônio Valderon de Oliveira, 70 anos, natural da cidade de Conquista, na Bahia, divide seu tempo entre o trabalho na Prefeitura e o serviço como catador de materiais recicláveis.

Pai de 18 filhos, Oliveira começa o trabalho com reciclagem todos os dias - mesmo nos fins de semana - por volta das 13h. Juntamente com dois de seus filhos e um neto, ele recolhe material na Rua Marechal Deodoro, no Centro. "Depois fazemos a separação e vendemos para ferro-velho e empresas de reciclagem em São Bernardo, Santo André e São Caetano."

Embora hoje reconhecido, o trabalho de reciclagem nem sempre foi visto com bons olhos pela comunidade. "Muita gente pensava que eu era lixeiro, não entendia a importância da reciclagem", lembra Oliveira, que trabalha como catador desde 1978. Com a venda do material, ele recebe média de R$ 150 por semana. "Depende do que recolhemos. Às vezes, chega a R$ 200. Mas é um trabalho duro, que exige muita dedicação", observa.

Um dos problemas que o catador enfrenta é a proibição de parar as carroças na Marechal. "Agora a Prefeitura não deixa mais parar as carroças na rua, temos de colocar em locais afastados e isso está se tornando um problema sério", reclama.

Ele e a mulher, Elizia Souza de Oliveira, 54, têm 21 netos e sete bisnetos. A família numerosa mora em casas bem próximas, no próprio bairro. "Gostamos daqui, nossa família cresceu junto com o Parque São Bernardo. No começo era muito complicado, mas com tempo houve melhorias. Ainda falta muita coisa, mas está ficando cada dia melhor", destaca Elizia.

AÇÃO SOCIAL

Sábado, o Parque São Bernardo recebe o Diário do Grande ABC nos Bairros. A ação social ocorre na EE Palmira Grassioto Ferreira da Silva, na Rua Almeida Leme, 110, com diversas atividades gratuitas. Serão oferecidos serviços de Saúde, como orientações sobre DST/Aids e apresentação do Samu, além do Expresso Lazer, com atividades socioculturais e esportivas para a criançada.