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Penitenciária federal no Paraná ainda está vazia
Paula Nunes
Do Diário do Grande ABC
13/07/2006 | 07:56
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Com 12,6 mil m² de área construída, a primeira Penitenciária de Segurança Máxima feita 100% com recursos federais fica em Catanduvas, no interior do Paraná, e está vazia (veja quadro acima). Para lá devem seguir os presos considerados de alta periculosidade, ou seja, líderes de facções criminosas, chefes do tráfico de drogas e, em casos específicos, detentos jurados de morte. O sistema ainda mais rígido que o da já temida Penitenciária de Presidente Bernardes é o terror dos presos paulistas.

Só o governo paulista pretende transferir para Catanduvas 40 detentos. Outros 17 estados já enviaram as listas de presos que pretendem ‘exportar‘ para o Paraná. Com acomodações individuais para 280 detentos, a penitenciária federal recém-inaugurada pode ficar pequena com tamanha procura.

A falta de presos nas novas instalações se deve, segundo o Ministério da Justiça, ao fato de o processo depender da Justiça, responsável pela transferência dos detentos. O próprio ministro da pasta, Márcio Thomaz Bastos, disse durante a inauguração da penitenciária, no dia 23 de junho, que para ocorrer a primeira transferência seriam necessários, pelo menos, de 15 a 20 dias. Caso o prazo fixado pelo ministro realmente aconteça, Catanduvas receberá os primeiros detentos somente a partir da semana que vem.

O ministério garante que as tranferências serão feitas em total sigilo. A cautela visa evitar que os presos causem tumultos e promovam rebeliões na tentativa de impedir o deslocamento dos detentos para a nova penitenciária.

A nova detenção apresenta algumas novidades se comparada ao Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes (considerada uma das penitenciárias mais duras do país). Entre as diferenças está o treinamento especial para os agentes penitenciários, que não ocorre no presídio de segurança máxima paulista. Os salários dos profissionais que atuarão no Paraná também é bem superior ao pago em São Paulo.

Enquanto os agentes que trabalham em Presidente Bernardes recebem cerca de R$ 1,1 mil, os de Catanduvas receberão, em média, R$ 4 mil. Os 160 agentes contratados via concurso público no fim do ano passado tiveram aulas de tiro com revólveres, carabinas e fuzis. Aprenderam técnicas modernas para imobilização de presos e defesa pessoal.

O Ministério da Justiça vai contratar ainda 90 outros agentes penitenciários e o edital convocando os interessados para as vagas foi publicado na última segunda-feira, dia 11.



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