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Servidores mantêm estado de greve em São Bernardo

Funcionalismo reclama do reajuste de 6% definido pelo governo Orlando Morando e decide seguir com manifestações

Heitor Agrício
Especial para o Diário
09/04/2022 | 08:05
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Reprodução/Facebook


Os servidores públicos de São Bernardo decidiram, em assembleia ontem à noite, manter o estado de greve anunciado na segunda-feira e programam novas manifestações para os dias 13 e 20, com caminhadas até o Paço, com saídas da Praça Santa Filomena, e outra assembleia no dia 29, no mesmo local. Também estão previstas lives às segundas-feiras e presença nas sessões da Câmara, às quartas-feiras, como forma de manter a mobilização e de pressão até o dia 29.,

Até lá, esperam ter algum avanço nas tentativas de diálogo com o governo do prefeito Orlando Morando (PSDB) com relação ao reajuste salarial dos funcionários, estabelecido em 6% por meio de projeto do Executivo aprovado pela Câmara, que também avalizou proposta de 100% de aumento no valor do vale-alimentação, que passou de R$ 220 para R$ 440.

Os servidores reclamam que o reajuste proposto pelo governo sequer repõe as perdas da inflação, que até fevereiro acumulou 10,54%, e decidiram pressionar a administração a voltar à mesa de negociação para buscar índice de correção salarial que compense a queda no poder aquisitivo. Tanto que ontem parte da categoria paralisou as atividades, promoveu caminhada pela manhã, organizou ato no período da tarde na Praça Santa Filomena e a assembleia à noite.

Presidente do Sindserv (Sindicato dos servidores Públicos e Autárquicos) de São Bernardo, Dinailton Souza Cerqueira comentou que outros pontos importantes da pauta de reivindicações também devem ser colocados nas negociações, como melhores condições de trabalho, readequação de jornada e a realização de concursos. E avaliou que a paralisação de ontem serviu para mostrar a força do movimento dos funcionários. "A gente já esperava uma adesão muito grande, com mais de 1.000 pessoas, mas pelo levantamento que a gente fez havia bem mais de 2.000. Foi um ato muito grande, pois saímos daqui (Praça Santa Filomena) com muita gente e voltamos com muita gente", disse.

Ariana Rumstain, diretora de formação do sindicato, criticou o sucateamento dos serviços públicos, destacou a importância da união da categoria para que o movimento obtenha resultados e exaltou os trabalhadores em seu discurso. "A manhã de hoje (ontem) foi pra gente nunca duvidar do poder que a classe trabalhadora tem", afirmou. "A gente só quer os nossos direitos, estamos lutando pelos nossos direitos, não estamos pedindo privilégios."

Em relação ao impacto da paralisação nos serviços da administração, a Prefeitura de São Bernardo informou, em nota, que "todos os departamentos públicos municipais funcionaram normalmente ao longo desta sextafeira, sem impacto nos serviços prestados à população. A administração reforça que ofertou reajuste salarial de 6%, bem como aumento de 100% no valor do auxílio-alimentação (em valor líquido, ou seja, sem desconto na folha ou incidência no imposto de renda), o que representa majoração de 10% a 23% nos rendimentos finais dos servidores ativos. Os valores propostos seguiram as diretrizes constitucionais da Lei de Responsabilidade Fiscal". 




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