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Lilia Cabral busca a felicidade em 'Divã'
17/04/2009 | 07:00
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Ique Esteves


Com o espetáculo teatral Divã, Lilia Cabral foi vista por 175 mil espectadores. O mesmo texto que deu base à montagem, da escritora gaúcha Martha Medeiros, ganha a partir de hoje as salas de cinema - da região, inclusive - com versão estrelada pela atriz e dirigida por Alvarenga Jr (do filme A Diarista e do seriado Força Tarefa).

Lília vive Mercedes, que é casada com o personagem de José Mayer e vai para a cama com o irmão de uma aluna. Mas ela também descobre que a ligação com Reynaldo Gianecchini não tem futuro, porque ele é um garotão incapaz de relações (ou afetos) sinceros. Depois dele, vem Cauã Reymond. O repórter brinca - "Zé Mayer, Gianecchini e Reymond e a Mercedes ainda precisa de analista?" Lília escancara um sorriso - "Você viu?"

Nem Mercedes sabe direito por que se deita naquele divã. No começo do filme, chega a pensar que é feliz demais e talvez seja injusto ter tanta coisa. Só que, apesar do marido gostoso, dos filhos e da amiga, ela não se sente plena.

A atriz trouxe, sem dúvida, sua bagagem - e conhecimento - do palco para (re)criar a personagem, mas Lília é a primeira a admitir que foi preciso reinventar a Mercedes.

"No teatro, o público ria do meu gestual, do meu jeito de falar, de forçar as palavras", conta. "O cinema me deu a liberdade de me testar em um tom menor."

O livro de Martha Medeiros é mais introspectivo do que a peça e o filme. "Ambos são mais engraçados", define Lília. A atriz chega a dizer que Martha escreve de maneira séria. "Por sério, quero dizer raso. Martha atinge uma profundidade, diz coisas que fazem pensar porque são densas na sua aparente banalidade. Mas confesso que sinto o deboche dela em muitas situações. E isso me estimulava a buscar o meu humor."

A situação no Divã não é desconhecida pela atriz. Lília faz terapia desde 1987, quando sua mãe morreu. Justamente a morte é um dos temas essenciais da peça e do filme. "Já perdi todo mundo da minha família. Mãe, pai, tios, tias, amigos importantíssimos. Infelizmente, tenho esse know-how."

A única coisa com a qual não se identifica, de jeito nenhum, é a maneira como a personagem lida com a infidelidade do marido. Mercedes consegue pensar que, sendo infiel, José Mayer não está sendo desleal. "Eu não. Desgraçado! Eu mato!", diz Lília, e ela própria ri de sua explosão. "Não consigo aceitar com essa facilidade. Não tenho essa modernidade toda, não sou chique a esse ponto."




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