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Cuidado com acne deve ser maior no inverno
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
04/07/2011 | 07:19
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A acne é uma doença infecciosa que começa com o surgimento do cravo, que pode se transformar em espinha e evoluir para lesão inflamatória com chances de deixar cicatriz. Para os que têm histórico familiar e estão em fase de tratamento, é preciso ter atenção com o tempo frio, sobretudo por causa da redução do suor. A baixa produção causa a concentração de sebo nos poros, facilitado seu entupimento e agrava do problema.

"Não é que aumenta a incidência nessa época, mas há a tendência de piora naquelas pessoas que já têm a doença ou a herança genética. É fundamental intensificar os cuidados com a pele para não haver agravamento", disse o doutor em dermatologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Marcus Maia.

A limpeza de pele diária é o método mais simples e eficiente para evitar a piora da doença e a obstrução dos poros. No verão, o orifício fica mais umidecido e a formação de cravos tende a ser menor.

A acne geralmente é encontrada no rosto, costas, peito e ombro. O tratamento varia de acordo com a gravidade, podendo ser receitadas pomadas, géis, sessões de peelings (procedimento que corrige marcas e manchas) e antibióticos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, nas mulheres a acne é mais frequente dos 14 aos 17 anos. Nos homens, é mais encontrada entre os 16 e 19. Algumas pessoas continuam apresentando os sintomas durante a vida adulta, até cerca de 35 anos. Elas representam apenas 1% da população masculina e 5% da feminina.

"A acne não é um problema estético. É uma doença de pele que pode ocasionar lesões permanentes na pele, o que interfere na aparência. No primeiro sinal, é muito importante a pessoa procurar ajuda médica, porque depois pode agravar", disse o professor de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC, Marcos Martinez.

O especialista rebate a alimentação gordurosa como um fator causador da doença. "Isso é mito. Tem gente que come hambúrguer o dia inteiro e não tem acne. É que em pessoas sensíveis pode haver aumento da oleosidade, o que colabora para o entupimento dos poros."

 

FASE ADULTA

No caso da acne secundária, aquela que não ocorre devido às alterações hormonais da adolescência, a ocorrência é caracterizada por fatores específicos. Um deles é o surgimento da doença em mulheres com mais de 30 anos com síndrome do ovário policístico. Nesse caso, a recomendação é dosar os hormônios. O excesso de androgênio aumenta a produção do material oleoso pelas glândulas sebáceas. "Se alguém ultrapassar os 20 anos tendo acne, algo está errado e é fundamental o acompanhamento", recomendou Maia.

 

‘Todos faziam cara de nojo na rua'

Por quatro anos ela ouviu diversas explicações médicas para seus problemas na pele do rosto. De alterações características da idade até alergia a algum alimento. Com o excesso de química dos cremes e pomadas, logo as bochechas, o queixo e os cantos da boca inflamaram e castigaram a aparência de Erbenia Ferreira, 24 anos, vendedora que vive no bairro Capuava, em Santo André.

Elas traz no rosto as manchas avermelhadas na pele e a cor rosada por conta dos produtos que utilizou na tentativa de emplacar algum tratamento. "As acnes eram cheias de pus, como se fossem uma em cima da outra. Ficava muito constrangida, todos faziam cara de nojo. Andava com o cabelo solto na rua para cobrir o rosto e ninguém me ver", comentou.

A oscilação das inflamações, que aumentavam e diminuíam, acabou alongando a batalha contra a doença, que hoje não é preocupação exclusiva de adolescentes.

Há dez meses Erbenia começou um novo tratamento. Atualmente, toma um comprimido e utiliza gel à noite para acalmar a pele.

Todas as manhãs a orientação é aplicar um filtro solar manipulado, que contém antibiótico, para proteger e tratar ao mesmo tempo.

"Agora vou todo mês e meu médico muda os remédios conforme o tratamento avança. Os remédios até diminuíram." Para ela, a pior estação é o inverno, quando o vento gelado castiga a pele e a deixa mais sensível. "Já descamou várias vezes."




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