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Emprego na região supera País

Em novembro foram criadas 457 vagas de trabalho formais nas sete cidades, segundo o Caged

Por Tauana Marin
Diário do Grande ABC
28/12/2017 | 07:00
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Valdecir Galor/SMCS/Fotos Públicas


Empresas instaladas no Grande ABC mais contrataram do que demitiram em novembro deste ano. O saldo de trabalhadores que conseguiram registro na carteira de trabalho superou os desligamentos, já que no período foram gerados 457 postos. O número é superior se comparado ao mesmo mês em 2016, quando o saldo ficou negativo em 38 vagas. A região, inclusive, vai na contramão do País, que apontou fechamento de 12.292 oportunidades. O resultado no Brasil interrompe a sequência de sete meses de criação de vagas.

No Estado de São Paulo o resultado foi ainda pior: menos 17.611 postos de trabalho no mês passado, com fechamento de vagas em todos os setores analisados (extrativa mineral, indústria de transformação, serviço industrial de utilidade pública, construção civil, comércio, serviços, administração pública e agropecuária).

Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados ontem pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), e foram levantados pela equipe do Diário.Nas sete cidades, no acumulado do ano (de janeiro a novembro) o resultado também é positivo: 1.379 pessoas com emprego formal. Esse número faz com que a região tenha, após três anos, uma curva ascendente.

Mesmo com demissões nos setores da indústria de transformação, construção civil e serviços, as contratações no comércio (tanto o atacadista quanto o varejista) equilibraram a balança e ajudaram a manter os números positivos desde julho no Grande ABC. “É explicável esse ritmo no comércio devido ao Natal e à temporada de Black Friday. A maioria no regime intermitente”, exemplifica o economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.

Mesmo com índices positivos, as contratações em novembro e no ano ainda não foram o bastante para minimizar o resultado negativo dos 12 meses (dezembro de 2016 a novembro deste ano), com - 4.752 vagas. Nesse período, empresas de São Bernardo e Diadema foram as que mais fecharam postos, - 2.656 e - 2.053, respectivamente. “O que tem acontecido é que mesmo com a queda dos juros, muitas empresas ainda não se sentem seguras em realizar investimentos. Ainda está muito caro para se obter crédito, por exemplo, e os empresários não querem abrir mão dos rendimentos das aplicações financeiras para investir na produção. Isso é reflexo do ‘garrote’ monetário que ainda estamos vivendo”, analisa o professor de Economia do Instituto Mauá de Tecnologia, da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e da Fundação Santo André, Volney Gouveia.

RENDIMENTO - Os dados do Caged também mostraram que, em novembro, o salário médio de admissão no País foi de R$ 1.470,08, enquanto que o vencimento médio de demissão foi de R$ 1.675,58. Em comparação ao de outubro houve aumento de R$ 5,65 (+0,39%) no salário de admissão e de R$ 0,31 (+0,02%) no de demissão. No acumulado de 12 meses, os ganhos reais foram de R$ 53,91 (+3,81%) e R$ 44,48 (+2,73%), respectivamente.

Resultado é primeiro após vigorar reforma trabalhista

Apesar de estar em vigor desde o dia 11 de novembro, as novas regras trabalhistas ainda não causam efeito sobre a geração de empregos, segundo o economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. “É certo que muitos, no comércio principalmente, tenham sido contratados pelo regime intermitente (quando o trabalhador ganha por horas ou dias trabalhados), mas o saldo de geração de vagas não foi resultado apenas disso. A economia é que começa a se recuperar. Por isso que acredito que vamos sentir mais fortemente a abertura de vagas no primeiro semestre de 2018.”

Já para o professor de Economia do Instituto Mauá de Tecnologia, da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e da Fundação Santo André, Volney Gouveia a redução no número de desempregados no Grande ABC está ‘regado’ apenas à sazonalidade’. “O que acontece é que paramos com a queda da atividade econômica. Estamos numa fase de reorganização, em que os empresários redefinem suas expectativas. No entanto, não acredito que a criação de oportunidades esteja atrelada à reforma (trabalhista), mas sim, à redução dos juros, sendo mais assertiva e duradora.”

Para Gouveia, até 2014 a geração de empregos acontecia sem que a reforma fosse discutida. “Acredito sim que essas mudanças levam muitas pessoas ao campo do empreendedorismo ou a serem autônomas, já que em muitos aspectos se precariza as relações de trabalho.” 




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