Esportes Titulo Basquete
Africana só no nome

Ibukunoluwa Tinuola Marília do Nascimento Awe chama atenção na lista de jogadoras de Santo André

Por Anderson Fattori
Diário do Grande ABC
18/12/2017 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


Um nome incomum chama atenção na lista de jogadoras do Santo André para a Liga de Basquete Feminino, que começa dia 12: Ibukunoluwa Tinuola Marília do Nascimento Awe. Ao contrário do que parece, ela não é estrangeira. Filha de pai nigeriano e mãe brasileira, a carioca de 19 anos desembarcou este ano no Grande ABC em busca de oportunidades.

Para entender a história de Marília, nome que adotou para facilitar a vida dela e das companheiras, é preciso voltar 19 anos no tempo, justamente quando nasceu. “Meu pai veio para o Brasil como turista, conheceu minha mãe e nunca mais voltou (à África)”, explica.

Marília tem mais duas irmãs, também nascidas no Rio de Janeiro, e família grande na Nigéria. Por mais que ainda não tenha ido ao país africano, vontade não falta. “ Me acho muito nigeriana, muito mesmo, mais do que brasileira (risos). Curto as danças, as músicas, a vestimenta de lá... Muita gente pergunta se sou gringa e brinco que sou. Quero conhecer a cultura deles de perto.”

Há alguns anos Marília quase realizou o sonho, mas problema burocrático a impediu de ir à Nigéria. “ O ano em que eu ia para lá deu problema no passaporte, depois de dois anos minha avó faleceu, mas tenho tios e primos que faço questão de manter contato pela internet”, diz.

O convite para atuar no Santo André partiu do técnico Bruno Guidorizzi, com quem Marília trabalhou na Seleção Brasileira Sub-17. “ Jogava no Rio e o Bruno foi meu treinador na Seleção. Ele entrou em contato para jogar aqui e na hora eu topei. Lá o basquete não vai muito bem, pensei, ‘tenho 19 anos e tinha de procurar algo maior’. Agarrei a oportunidade e vim”, conta.

Marília chegou na metade da temporada, jogou no time Sub-19 e agora está na equipe adulta que vai disputar a Liga. “Será minha primeira. A expectativa é alta. Vai ser algo muito bom para mim”, projeta.

Muito simpática e desinibida, Marília não teve muita dificuldade para se adaptar à cidade. Do Rio de Janeiro, ela só tem saudades da família e do sol. “ Sou uma carioca que não gosta de praia. Prefiro cachoeira, piscina, sem areia. Não me faz falta. O que faz falta é o sol, poder sair com uma roupa mais leve, não ter de ficar pensando no que vestir. Lá você põe um chinelo e uma roupa e sai”, brinca a ala.

Marília mora em alojamento no Ginásio Pedro Dell’Antonia e tem no grupo andreense sua nova família. Aproveita o tempo para treinar e evoluir na modalidade para que em breve chame mais atenção do que seu nome. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;