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Biblioteca móvel é aposta para democratizar leitura

Serviço itinerante de empréstimo de livros agrada população; três cidades têm projetos do tipo

Por Matheus Angioleto
Especial para o Diário
02/10/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Permitir mergulho em um mundo completamente novo, sair da zona de conforto e democratizar o acesso à leitura. Esta é a proposta de projetos de bibliotecas descentralizadas. Embora ainda tímida na região, presente em apenas três cidades – Santo André, São Bernardo e Mauá –, a ação tem o apoio da população, carente de atividades socioculturais.

Exemplo disso pode ser observado na Praça do Relógio, no Centro de Mauá, na semana passada. O espaço, tradicionalmente movimentado, ganhou ainda mais visitantes devido à presença de ônibus adaptado para armazenar acervo de 3.000 livros. Trata-se de projeto realizado pela Prefeitura em parceria com o Sesc (Serviço Social do Comércio) para incentivar a leitura. A cada 15 dias, o veículo estaciona em dois locais – sendo o outro na UBS (Unidade Básica de Saúde) Paranavaí – para oferecer gratuitamente o empréstimo e a consulta de livros, jornais e revistas.

E a iniciativa vem dando certo. A manicure Juliete Antuono de Oliveira, 21 anos, foi alertada pelos filhos, curiosos para visitar o espaço, sobre a presença do ônibus na Praça do Relógio. Após cadastro rápido, feito mediante apresentação de comprovante de residência e RG, a mãe dos pequenos Cristopher, 7, João Pedro, 5, e Júlia, 1, aprovou a medida. “A iniciativa incentiva as crianças a ler, tira elas das ruas e traz cultura. Mostro livros para eles em casa e esse local é bom, porque eles gostam bastante (de livros)”, diz.

Amante da política, da história e da leitura, o técnico de manutenção aposentado Arnaldo de Souza Nascimento, 82, fez questão de visitar a biblioteca itinerante. “Os jovens precisam saber o que aconteceu no passado e não ficar apenas no computador, por isso é preciso ler. Há muitos meninos que não sabem nem quem descobriu o Brasil. Prefiro política e história, porque temos que saber o que acontece em nosso território”, afirma.

O bibliotecário do Sesc André Carlos da Silva, 36, tem expectativas positivas sobre a ação. “Temos público que já conhecemos e o projeto não tem data específica para acabar. Alguns (moradores) vêm conhecer e voltam depois com o comprovante de residência <CF51>(para o cadastro). A ideia é essa e a gente fica muito contente porque aparecem cada vez mais pessoas”, relata.
Em São Bernardo, o programa Espalhando a Leitura disponibiliza livros em UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Com isso, o cidadão pode levar o exemplar para casa e, posteriormente, devolver em qualquer unidade de Saúde. “As Caixas Bibliotecas são pequenos acervos, com cerca de 200 livros e HQs destinados ao empréstimo em pontos distantes das bibliotecas públicas municipais, como no Núcleo Santa Cruz (pós-Balsa)”, diz a administração. Outra opção são as salas de leitura instaladas no Parque São Bernardo e Jardim Silvina, que funcionam como bibliotecas públicas.

Santo André conta com projeto oferecido pela Biblioteca Nair Lacerda, que transfere acervo de 100 livros e revistas a instituições da cidade. A cada 90 dias as obras são trocadas. Para 2018, a meta é ampliar o serviço com acervo de gibis, DVDs, audiolivros e obras em Braille. “Passaremos a atuar em parceria com organizações e associações, creches, asilos, albergues, associações comunitárias, culturais diversas e outras. Com a Pequena Biblioteca Viva serão levados não apenas acervo, mas também ações de mediação de leitura, como contação de histórias, debates, rodas de conversa etc”, ressalta o paço.

A Prefeitura de São Caetano afirmou que conta com as bibliotecas Paul Harris (no Centro) e Dona Ester Mesquita (bairro Boa Vista). Os equipamentos oferecem serviços gratuitos de pesquisa e cultura para alunos da rede de ensino e para a população da cidade. Há ainda a Banca do Saber, no Bosque do Povo (bairro São José).

Ribeirão Pires diz atender mensalmente 2.000 moradores na Biblioteca Municipal, que tem acervo de 49,2 mil títulos. A exemplo da biblioteca itinerante, uma caixa percorre salas de aula de unidades escolares para que alunos levem os exemplares para casa.
 




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