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Talibã diz que não entrega Laden mesmo que afegãos morram
Do Diário OnLine
24/10/2001 | 09:52
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O Talibã, regime islâmico radical que governa a maior parte do Afeganistão, deu, nesta quarta-feira, uma das maiores provas de proteção ao milionário saudita Osama Bin Laden. O embaixador do regime no Paquistão, mulá Abdul Salam Zaeef, disse que o principal suspeito nos atentados terroristas contra os Estados Unidos não será entregue às autoridades americanas nem mesmo que isso custe a vida de toda a população afegã.

“Se eles (os americanos) estivessem dispostos a matar toda a nação do Afeganistão, ainda assim não entregaríamos Osama bin Laden, porque temos lei, temos respeito pela honra do Afeganistão, temos a cultura do Afeganistão. E isso é contra ela", disse Zaeef.

Segundo o representante talibã, o Afeganistão atacaria os EUA, se tivesse recurso para isso, como vingança contra os bombardeios, que, de acordo com ele, já mataram mais de mil afegãos desde 7 de outubro.

Zaeef não descartou a possibilidade de negociações para resolver a crise que começou após os atentados de 11 de setembro contra o World Trade Center e o Pentágono e cujo pivô é Bin Laden.

O embaixador, que vem dando entrevistas quase que diárias durante o conflito, lançou outro desafio. "Precisamos encorajar as pessoas a matar os soldados norte-americanos. Não queremos matar civis norte-americanos, mas infelizmente o povo da América encoraja seus soldados a matar civis afegãos."

Ainda de acordo com Zaeef, os ataques americanos destruíram um hospital e uma mesquita em Herat (oeste do Afeganistão) e não um asilo de idosos, como anunciou Washington. "Os afegãos são diferentes. Quando um pai fica velho, continua rezando e jejuando e fica em casa, sob os cuidados dos filhos. Os americanos dizem que era um asilo, mas esse não é um hábito afegão", afirmou.

Na opinião do militante talibã, a prolongação dos ataques servirão apenas para aumentar o ódio contra os EUA. "A América é cruel e está usando seu poder e arrogância contra um povo fraco e pobre, e acho que não é esse o caminho. O Emirado Islâmico do Afeganistão está perdendo sua economia, seu povo, e isso não traz benefícios a ninguém."




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