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Obra da Unifesp Diadema começa este ano, em área de manancial
Illenia Negrin
Sucursal Diadema
09/06/2007 | 07:04
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Mesmo sob o protesto de ambientalistas, o campus da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em Diadema deve começar a ser erguido ainda este ano, às margens da represa Billings.

A expectativa é da própria Unifesp, que já tem em mãos o RAP (Relatório de Análise Prévia), estudo detalhado do bairro Eldorado, onde se localiza o terreno de 400 mil m² doado pela Prefeitura.

O levantamento foi encomendado pela MKPeg Arquitetura, empresa paranaense responsável pelo projeto arquitetônico do campus. A apresentação do RAP à Secretaria de Estado do Meio Ambiente é o primeiro passo do processo de licenciamento da obra.

A diretora de Planejamento e Projetos da Unifesp, Luciana Diniz Gutilla, diz que o estudo ambiental preliminar atende todas as exigências da lei de mananciais.

“Durante a elaboração do estudo, houve várias reuniões entre os arquitetos, secretaria e Prefeitura. Acredito que o licenciamento não deva se arrastar, como se vê em alguns casos, porque antecipamos ajustes”, avalia.

A licitação para a escolha da empreiteira foi concluída, o que reforça a possibilidade de o novo campus estar em funcionamento a partir de meados do ano que vem. “Uma vez licenciada, a primeira fase da obra pode ser entregue em 10 meses”, avalia a arquiteta da Unifesp.

Em 2008, a estrutura de 15 mil m² terá capacidade para 600 alunos, além entre professores e funcionários. Os recursos até agora liberados pelo MEC (Ministério da Educação) são da ordem de R$ 12 milhões. Até 2015, a previsão é de que o campus receba, diariamente, 2,5 mil estudantes.

Daí a preocupação dos ambientalistas de Diadema. O bairro Eldorado já estaria adensado demais para agregar a movimentação extra.

“O problema não é a obra em si. Ainda que respeite a legislação, é um empreendimento que induz a ocupação do entorno. Não cabe mais gente no Eldorado”, avalia Virgílio de Farias, do MDV (Movimento de Defesa da Vida).

No ano passado, o movimento entrou com uma representação no Ministério Público da cidade, pedindo que não só as intervenções no terreno fossem avaliadas, mas o impacto que um campus universitário causaria no bairro. “Até agora, não obtivemos resposta. O que nos preocupa é a poluição difusa, é o lixo na rua, é a maior circulação de veículos. E a Billings vai ficando em segundo plano.”

O secretário de Meio Ambiente de Diadema, Marco Antonio Mroz, acredita que o campus pode induzir positivamente o desenvolvimento do bairro. “Será um projeto sustentável. E uma maneira de tomarmos conta daquela grande área ainda preservada e impedir o adensamento irregular”, sustenta.



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