Setecidades Titulo Moradia
Famílias recebem chave de moradia cinco anos depois do prometido

Conjunto Catiguá, em Santo André, começou
a ser erguido em 2009 e custou R$ 5,7 milhões

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
28/01/2017 | 07:00
Compartilhar notícia
Ricardo Trida/DGABC


Após oito anos de espera, a família da operadora de caixa Tatiane Cristina, 24 anos, finalmente conseguiu realizar o sonho da casa própria. A antiga moradora de barraco em área de risco no bairro Sacadura Cabral, em Santo André, foi uma das 96 contempladas com a entrega das chaves de unidades habitacionais do Conjunto Catiguá, no Parque Erasmo Assunção, na manhã de ontem.

Tatiane aguardava, já sem esperanças, em auxílio-aluguel desde 2009. “Eu recebia R$ 380, mas o aluguel que pagava era de R$ 650. Durante um tempo eu pensei que não ia mais conseguir a minha casa própria”, afirmou. Ela, o marido e o filho de 7 anos, já podem programar a mudança para o imóvel, que começou a ser construído em 2009 e deveria ter sido entregue até 2012.

O valor investido na obra foi de R$ 5,7 milhões, sendo R$ 2,2 milhões do município e R$ 3,5 milhões do governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Cada morador deve pagar uma mensalidade que gira em torno de R$ 80.

As obras chegaram a ficar paradas por cerca de dois anos. Isso porque a empresa contratada pelo então prefeito Aidan Ravin (PSB) alegou não ter condições de continuar a construção, que tinha apenas 25% de execução e R$ 1,3 milhão investido. Nova licitação foi realizada em 2014, já pelo antigo prefeito Carlos Grana (PT), e a construção foi retomada. Apesar de a administração anterior prometer que o término dos trabalhos seria realizado em 2015, a conclusão só aconteceu em dezembro do ano passado.

A entrega, entretanto, precisou ser adiada por questões burocráticas, como falta de AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), e ficou a cargo do atual prefeito Paulo Serra (PSDB). O habite-se, entretanto, deve ser entregue até o fim do ano. “Pedimos que a secretaria trabalhasse muito, para que os moradores já pudessem matricular as crianças (na escola) aqui perto, e já começassem o ano letivo aqui”, afirmou o chefe do Executivo.

As unidades habitacionais também são destinadas a moradores dos núcleos Espírito Santo, Homero Thon, Jardim Cristiane, Gamboa e Tamarutaca. “O diferencial é que a gente vai entregar a regularização dessas unidades. Ou seja, as famílias vão poder ter um apartamento para chamar de meu”, afirmou o secretário de Habitação Fernando Marangoni (DEM).

O aposentado Luis Tavares de Lira, 73, ex-morador do Jardim Cristiane. pega sucata para complementar a sua renda. Ele revela que foi removido do barraco onde morava recentemente. “Achei muito bonito, tem ônibus para todo lado. É uma bênção. Amanhã (hoje) já vou trazer as minhas coisas para cá”, afirmou.

Os apartamentos são entregues sem acabamento. Os moradores são responsáveis pela colocação de azulejos e pisos.

 

Município estima que deficit na habitação seja de 15 mil unidades

Estimativa da administração é a de que o município concentre deficit habitacional de 15 mil moradias. Diante do problema, uma das metas é zerar, até meados de 2017, o número de famílias que aguardam casa própria em auxílio aluguel, atualmente na faixa de 550 grupos.

A expectativa é a de que a entrega de empreendimento do Minha Casa, Minha Vida Entidades, na Avenida Adriático, no Jardim do Estádio, minimize o problema. Está prevista a entrega de 900 unidades, sendo que 400 são destinadas ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). O convênio para a obra foi assinado em 2014 e demandou investimento de R$ 4,5 milhões na compra do terreno, antes ocupado pelo grupo social. As unidades têm aporte de R$ 18,2 milhões do Estado e R$ 69,1 milhões do governo federal.

“O deficit habitacional ainda é grande, não dá para resolver nos quatro anos. Mas se a gente começar a trabalhar, em dez anos dá para minimizar”, considera o prefeito Paulo Serra (PSDB).

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;