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Ópera tem nova roupagem
Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
19/02/2011 | 07:00
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Uma das mais populares óperas de todos os tempos, "O Barbeiro de Sevilha" ganha ares contemporâneos, apesar de seus figurinos de época. Na enxuta montagem do clássico do italiano Rossini (1792-1868), cantores da Companhia Brasileira de Ópera interagem com uma animação, exibida em tela especial, que permite esse diálogo.

Com regência de Abel Rocha, o espetáculo tem como desafio principal a sincronização do desenho (autoria do cartunista norte-americano Joshua Held) com a música executada ao vivo. Para tanto, um instrumentista fica responsável pela projeção, utilizando sistema conhecido como watchout que permite ajustes em tempo real, por meio de cerca de 500 comandos pré-programados.
 
A projeção também funciona como cenário, facilidade para o transporte do espetáculo que cumpre turnê ambiciosa pelo Brasil, iniciada em junho. Santo André será a 17ª cidade a receber "O Barbeiro de Sevilha" em duas sessões, a preços populares, no sábado (dia 26).
 
O espetáculo inicia com a animação. Nela, o italiano Rossini escreve a partitura e a entrega para um contrarregra do palco (brincadeira que já indica o tom bem-humorado da montagem). O Rossini animado sonha com os personagens do Barbeiro, todos gordos como ele.
 
Trata-se da história da pobre - mas sagaz - Rosina, jovem enclausurada pelo tutor Bartolo, que deseja se casar com a moça, mas enfrenta a concorrência do conde de Almaviva, também apaixonado, que tenta libertar a amada.

Do telão, os personagens saem para o palco. Com o objetivo de parecerem obesos, cantores escolhidos por convite e audições - Sebastião Teixeira (como Fígaro), Gilberto Chaves (Conde D'Almaviva), Edna D'Oliveira (Rosina) e Sávio Sperandio (D. Bartolo)- colocam armação sob os figurinos.
 
Entre as mais cômicas das óperas-bufas, "O Barbeiro de Sevilha"tem a famosa ária na qual o barítono entoa o divertido 'Fígaro, Fígaro, Fígaro!'. Este é o dito barbeiro, motivador em intrigas. "O público reconhece as árias de desenhos animados como "Pica-pau", "Pernalonga" e "Tom & Jerry"", enumera Rocha.

O projeto voltado para formação de plateia visa desmitificar aquele senso comum de que ópera é arte elitista de difícil assimilação. A linguagem de cinema promete despertar a curiosidade de crianças e adultos que nunca tiveram contato com esse tipo de espetáculo, além daqueles que já apreciam.
 
Com o apoio do Ministério da Cultura, do Banco do Brasil e da Petrobras, "O Barbeiro de Sevilha" é a montagem de estreia da Companhia Brasileira de Ópera, que pretende reavivar a cena operística brasileira. Segundo Rocha, a formação retoma conceito presente até o começo do século 20. "Hoje, no Brasil, as óperas estreiam e ficam em temporada no mesmo teatro. Companhias italianas traziam espetáculos e percorriam o País", comenta.
 
Além de Abel Rocha, assinam a direção artística os maestro Victor Hugo Toro e John Neschling, ex-regente titular da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo).

O Barbeiro de Sevilha - Ópera. No Teatro Municipal de Santo André - Praça 4º Centenário, Santo André. Tel.: 4433-0789. No sábado (dia 26), às 14h30 e às 16h. Ingr.: R$ 2.

 




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