Emoção. Esse foi o sentimento do ginasta Arthur Zanetti ao lembrar do início da carreira, ontem, após ver reportagem do Diário de 9 de dezembro de 2001. Na época, o então repórter de Esportes Nilton Valentim, hoje chefe de reportagem do jornal, e o repórter fotográfico Nario Barbosa registraram o surgimento de talentos da ginástica no Grande ABC.

Naquele ano, o principal expoente do esporte na região era a andreense Daniele Hypólito, que inspirava os mais novos a seguirem o caminho. No entanto, a principal foto da reportagem era de um menino franzino de 11 anos, campeão paulista da categoria pré-infantil, que havia pedido à avó para levá-lo até a escolinha de ginástica do Agith (Associação de Ginástica Di Thiene). Ele ainda era identificado como Arthur Nabarrete Zanetti. Hoje, um ouro olímpico e um título mundial dispensam apresentações.

“Lembro (da reportagem), lembro da fotografia”, comentou o atleta, entre risadas e com ar nostálgico, ao olhar o material. Curiosamente, Nario Barbosa, que registrou o momento há 14 anos, também clicou o lançamento da pedra fundamental do Centro de Excelência de Ginástica Artística e Rítmica, no mesmo terreno da antiga escola da Agith, onde ele deu os primeiros passos na carreira e que, após a conclusão da obra, abrigará seus treinos.

“Sinto bastante orgulho, faz muito tempo e continuo na cidade. Tem um motivo para eu continuar: sou apaixonado por São Caetano. Ver o (antigo) ginásio ser destruído deixa a gente um pouco chateado, mas aí lembramos que vai vir um melhor”, destacou a estrela brasileira.

Questionado se aquele garoto já imaginava que um dia chegaria onde chegou, Zanetti foi sincero. “Nessa idade, em 2001, com 11 anos... não (imaginava) ser campeão olímpico ou mundial. Mas, sim, fazer parte da Seleção Brasileira. Hoje posso dizer que o sonho dele foi concluído”, festejou.

Se em 2001 a inspiração era Daniele Hypólito, hoje o ídolo é outro. E atende pelo nome de Arthur Nabarrete Zanetti. Ou melhor, só Arthur Zanetti.