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Naufrágio tem duas vítimas do ABC
Por Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
20/04/2003 | 20:45
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Das 12 pessoas que morreram afogadas na tarde de sábado, em Cabo Frio, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, e já foram identificadas, duas mulheres são do Grande ABC. A aposentada Maria Cassetti, 65 anos, de São Bernardo, e a administradora Célia Regina Ludovice Ferraz de Souza, 49, de Santo André, estão entre os nomes divulgados na manhã de domingo pelo IML (Instituto Médico Legal) de Cabo Frio. Elas participavam de uma excursão da CVC Turismo, com sede em Santo André.

O corpo de Célia Regina foi sepultado na tarde de domingo no Cemitério da Saudade, na Vila Assunção, em Santo André. Cerca de 100 pessoas, entre parentes e amigos, estiveram presentes e se mostraram muito emocionadas. As primas Patrícia Awada, 11 anos, e Beatriz Corazza, 14, que são sobrinhas de Célia, estavam inconformadas com a morte da tia. “Ela era minha madrinha e fazia tudo para mim. Viajamos diversas vezes juntas”, disse Patrícia, com lágrimas nos olhos. Beatriz não quis dar declarações.

A oficial de justiça Maria Cristina Bonucci, 48 anos, que participava com Célia da excursão, estava transtornada com o acontecido. Ela esteve no velório, mas ficou poucos minutos e não quis falar com a imprensa. A única coisa que Maria Cristina repetia a todos que abraçava era “desculpa”. Segundo a irmã de Célia, a pedagoga Ana Lúcia Ludovice Awada, 40, elas eram amigas desde a infância e sempre viajavam juntas. “A Cris não se conforma com o que aconteceu. Ela está se culpando a toda hora por não ter ido com a Célia no passeio de escuna”, disse.

Para um dos cunhados de Célia, o ginecologista Pedro Awada, 39 anos, o que aconteceu foi uma fatalidade. “Minha cunhada não sabia nadar. Não culpo ninguém pelo acidente. Pelo contrário, só tenho a agradecer à CVC que cuidou de tudo para a gente, desde a liberação do corpo até o traslado. O pessoal da Prefeitura de Cabo Frio também foi excepcional. Foram eles que providenciaram o transporte do corpo da Célia para Santo André”, disse.

Segundo o neto de Maria, o estudante Eduardo Guerrato Biazoli, 15 anos, que também estava na escuna, o corpo de sua avó seria levado para Rio Claro, no interior de São Paulo, para ser enterrado. “A família dela (Maria) é de lá”, disse Eduardo, que também estava acompanhado de sua mãe, a escrevente Silvia Guerrato, 40 anos, de São Bernardo. “Minha mãe está internada no Hospital Miguel Couto. Os médicos disseram que ela bebeu muita água”, afirmou. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Silvia teve um edema pulmonar por causa do afogamento e corre risco de morte.

A Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro declarou que três pessoas continuam desaparecidas. Até a noite de domingo, ainda não havia sido localizado Osvaldo Meneguetti, Alexandre Boures e Edson Celestino da Silva. As buscas continuam com cerca de 30 homens do Corpo de Bombeiros divididos em três equipes. As vítimas mortas são Juliana Aparecida Franjoso, Maria Eugênia Grandchamp, Helena Campelo de Souza, Rita Prastes Leão Costa, Joyce Carolina dos Santos Dutra, Magda de Fátima Santos Dutra, Maria da Conceição Gouveia Vieira, Joanita Rodrigues Santana Duarte, Raimunda Santana da Silva e Marilande Guimarães de Souza, além de Maria e Célia.

Prisão – O delegado titular da 126ª DP (Delegacia de Polícia) de Cabo Frio, José Omena pedirá prisão temporária do comandante do barco, Norberto Silveira, caso ele não compareça até o 20º dia do inquérito, iniciado domingo.




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