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Segundo ciclo do Fundamental ainda precisa de avanços

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
28/04/2015 | 07:00
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Na data em que se celebra o Dia Mundial da Educação, hoje, especialistas constatam os avanços que o Ensino Fundamental registrou nos últimos anos. Porém, esse progresso tem se dado apenas no primeiro ciclo (1º ao 5º ano), não se estendendo ao segundo (do 6º ao 9º ano), o que faz com que estudantes cheguem com deficiências de aprendizagem ao Ensino Médio. A análise é feita com base nos resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

No Grande ABC, cinco cidades melhoraram as notas alcançadas em 2011, na primeira etapa, mas quando avaliado o ciclo 2, o crescimento é mínimo: São Bernardo passou de 4,3 para 4,5; São Caetano, de 5,2 para 5,3; Diadema, 4,2 para 4,5; e Ribeirão Pires, de 6 para 6,2. As demais cidades mantiveram as notas de 2011 – Santo André (4,2), Mauá (4,4) e Rio Grande da Serra (4,2). Apenas Ribeirão Pires superou a meta prevista para 2013.

O professor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Paulo Sérgio Garcia, coordena o Observatório da Educação, iniciativa inédita no País firmada entre a instituição e o Diário para traçar diagnóstico do ensino-aprendizagem nas sete cidades. O docente ressalta pontos que precisam de atenção nas séries finais, a fim de alavancar o índice no Ideb. “Na maioria das escolas os professores não fazem planejamento, dão a mesma aula para todos, mas os alunos não são iguais. É preciso melhorar as condições de trabalho dos professores, para que possam atuar, sobretudo no Fundamental 2, em conjunto, a fim de favorecer a análise global do aluno”, destacou.

O professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e ex-secretário adjunto de Educação do Estado (de 2011 a novembro de 2013), João Cardoso Palma Filho, define que o ciclo 2 ‘estacionou’. “Nos anos iniciais, o aluno tem um professor só, que é responsável por todos os conteúdos. Já nos anos finais, é preciso tentar estruturar o currículo por áreas de conhecimento, e não por disciplina, como é agora. Isso facilitaria o entendimento de como as disciplinas se relacionam.”

Palma Filho acrescenta ainda a necessidade de valorizar a carreira do professor. Atualmente, os docentes da rede estadual estão em greve, que reivindica principalmente melhores salários. “É preciso melhorar os cursos de formação, garantir remuneração digna e plano de carreira que estimule as pessoas a seguirem na função de professor.”

Algumas prefeituras da região informaram o que vêm fazendo para melhorar a qualidade do setor. São Caetano destacou o pagamento do maior abono salarial da história da cidade e discussão do plano de empregos, salários e funções, que está em fase final de formulação. Mauá frisou a formação continuada dos profissionais e conselheiros escolares e, Diadema, a parceria com o Sesi para capacitação dos professores e equipe gestora, além de material didático para os alunos. Ribeirão Pires pontuou investimento de R$ 3 milhões para padronizar o material e equalizar a Educação oferecida nas 33 escolas municipais. Santo André salientou a contratação de 2.000 servidores, entre professores e outras funções. São Bernardo e Rio Grande da Serra não se manifestaram. 




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