Economia Titulo Nossas empresas
Região tem fábrica
de brocas dentárias

Empresário aposta em segmento pouco
explorado e pretende faturar até R$ 5 mi

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
26/01/2015 | 07:30
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Celso Luiz/DGABC


No momento em que a indústria da região não caminha bem, após reduzir seu quadro de funcionários com carteira em 15.093 no ano passado, ao ver suas vendas reduzirem, principalmente na cadeia automotiva, Jorge Babichak encontrou uma oportunidade. Em meio a um mercado pouco explorado, ele investiu R$ 1 milhão para erguer sua pequena fábrica de brocas diamantadas para tratamentos odontológicos, em São Bernardo.

Com 28 anos de experiência no segmento, e parceria com sua sócia, Josaete Pereira da Silva, Babichak adquiriu um imóvel, todos os equipamentos necessários, e está pronto para colocar no mercado suas primeiras peças. “A projeção que a gente tem é de faturar entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões por ano. Isso porque o mercado nacional consome anualmente, em média, 1,2 milhão de peças.” A mágica está na concorrência. O País conta apenas com uma grande companhia no segmento. “Há muito espaço para nós crescermos.”

A escolha do nome da empresa, Vosh, tem tudo a ver com o produto. É uma palavra húngara, descendência de Babichak, que significa dureza e ferro. Na prática, é basicamente a composição das brocas. Elas são usinadas, por companhias parceiras, em aço-inox. Quando chegam às mãos da pequena indústria de São Bernardo, recebem banho de níquel e diamante. Sim, microfragmentos de diamante, o mineral mais duro que existe. Esse é o principal componente por motivo simples: cortar um dente ou resinas dentárias.

Babichak pretende, inicialmente, entrar no mercado da região. Ele calcula que há cerca de 3.000 dentistas no Grande ABC – sem contar as clínicas especializadas. Apesar de ter iniciado a nova empreitada há um ano, só finalizará as negociações com os clientes já prospectados neste mês. Isso porque sua última licença necessária para atuar no mercado foi liberada no dia 18 de dezembro. “Como estava próximo do fim do ano, não tinha muito o que fazer”, conta. Além da vigilância sanitária, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, ligada à Secretaria do Meio Ambiente) tinham que aprovar o estabelecimento e os processos antes que as brocas fossem à venda.

O processo, que envolve conhecimento químico e físico, pode ser resumido em um banho de níquel e diamante nas brocas, que, com várias substâncias, corrente elétrica e variações térmicas, se fundem em uma só peça.

Encaixadas nas ‘temíveis’ canetas dos dentistas, as brocas chegam a até 450 mil rotações por minuto. Têm vida útil de até oito utilizações. Passado esse prazo, revela Babichak, o diamante fica desgastado ou se perde, o que pode gerar dor intensa. “Quando ela fica girando em contato com o dente, mas desgastada, não há anestesia que contenha a dor. Isso porque a broca só esquenta, pelo contato no metal, e não corta.”

Com 152 modelos disponíveis, o empresário revelou que sua capacidade de produção, com o laboratório a todo o vapor, será de até 600 mil peças por mês. Por enquanto, a estimativa é de que cada uma custará entre R$ 5 e R$ 10. Também fabricará fitas de acabamento e polimento dentário, que são como lixas em forma de tiras de poliéster. Atualmente conta com oito pessoas na empresa, mas chegará a 25 profissionais. 




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