Encarar ônibus lotados diariamente para ir e voltar do trabalho ou da escola é a principal reclamação dos usuários do sistema de Transporte público de Diadema. A cidade, a terceira a ser avaliada pelo Raio X do Diário, conta com 22 linhas municipais, sendo sete operadas pela empresa Benfica e outras 15 pela Mobibrasil.

Diariamente, 78 mil pessoas utilizam o serviço.
A superlotação é observada principalmente nos horários de pico. Nesse período, passageiros precisam se espremer dentro dos coletivos até seu destino, relata o analista de suporte técnico Marcos Soares, 26 anos. O morador do Eldorado utiliza a linha 31, da Benfica, em direção ao terminal do Centro. “Raramente consigo ir sentado”, destaca.

Todos os itinerários partem de uma das três estações da cidade – Centro, Piraporinha e Eldorado. Nos terminais Diadema e Piraporinha é possível fazer integrações gratuitas para outras linhas municipais e intermunicipais. Nas ruas, a transferência pode ser feita em até 50 minutos por meio do Cartão SOU (Sistema de Ônibus Urbano de Diadema).

A frota da cidade foi totalmente substituída em 2011. Com isso, não é usual observar coletivos quebrados nem carros degradados. A equipe do Diário embarcou na linha 25DP, da empresa Mobibrasil, no Terminal Piraporinha, com destino ao Terminal Centro, na tarde de ontem, depois de esperar por cerca de dez minutos. A viagem demorou pouco mais de 25 minutos.

O Terminal Piraporinha apresenta problemas. Por ser pequeno, cada um dos pontos da plataforma destinada à frota municipal atende a três linhas. Com isso, a população se organiza em filas, facilmente confundidas entre aqueles que não estão acostumados com o sistema.

A administração não repassa subsídio para as empresas do sistema de Transporte. As empresas oferecem 50% de desconto para 9.503 estudantes cadastrados e a Prefeitura conta com 1.493 usuários incluídos no Programa de Renda Mínima, disponibilizado de acordo com critérios socioeconômicos.

Passe livre beneficiará 68 mil alunos e professores da região

Reunião entre os secretários municipais e equipes técnicas de Mobilidade e Transportes no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC ontem definiu a minuta do projeto de lei comum às sete cidades e a regulamentação para instituir o passe livre escolar. A expectativa é que a medida contemple 68 mil alunos e professores.

A gratuidade foi anunciada após definição de aumento das tarifas de ônibus, que passaram de R$ 3 para R$ 3,50 (exceto em Rio Grande da Serra, onde deve passar de R$ 2,90 para R$ 3,40).

O encontro definiu que, em razão do recesso parlamentar, enquanto não houver votação e aprovação da matéria nos legislativos, cada município estudará meio legal para que as empresas de transporte garantam a gratuidade. Dessa forma, será evitado prejuízo aos estudantes que iniciam o ano letivo no dia 2 de fevereiro.

Terão direito os alunos matriculados em curso dos ensinos Básico, Fundamental e Médio – regular e supletivo – e curso superior, de instituição pública ou particular, desde que reconhecidos ou autorizados. Também estão incluídos os estudantes matriculados em cursos técnicos profissionalizantes.

Paralisação prejudica 6.000 passageiros em São Caetano

Terminou por volta do meio-dia de ontem a paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus da Vipe (Viação Padre Eustáquio), responsável por oito linhas do sistema de Transporte municipal de São Caetano. Cerca de 6.000 passageiros foram afetados pela greve dos profissionais, que reivindicavam melhores condições de trabalho, correção salarial e a recontratação de um funcionário que teria sofrido perseguição política. O movimento teve início no mesmo dia.

O Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC informou que, em reunião entre a entidade, empresa e funcionários, ficou acordado que, a partir de hoje, os cinco ônibus convencionais que rodavam sem cobradores passarão a contar com esses profissionais e que os sete motoristas que dirigiam coletivos de 44 lugares e recebiam salário compatível a condutores de micro-ônibus terão seus rendimentos e registros corrigidos.

Cerca de 90 ônibus foram impedidos de sair da garagem na manhã de ontem. O sindicato deve se reunir com a Prefeitura para solicitar cessão de espaço, no ponto final da linha 008, para a construção de banheiro e refeitório para os funcionários.