A vitória suada de José Dourado (PSDB) à presidência da Câmara de Diadema trouxe uma dor de cabeça ao prefeito Lauro Michels (PV): quem vai ser líder do governo na Casa.

Zé Dourado assumiu o posto nos primeiros meses de 2013, substituindo Milton Capel (PV), que não resistiu à série de críticas de vereadores da base de sustentação. O perfil do tucano agradou ao bloco e ajudou no triunfo na eleição interna.

O governo hoje não enxerga nome favorito para exercer a função. O mais cotado é Atevaldo Leitão, suplente de vereador do PSDB e que só está com mandato ativo pela indicação de José Augusto da Silva Ramos (PSDB) como secretário de Saúde.

Leitão é um dos raros parlamentares a utilizar a tribuna durante a sessão para defender de maneira intransigente as ações da gestão Lauro. Outro governista a se destacar neste quesito é Lúcio Araújo (PV), mas o estilo caricato do verde – que utiliza chapéu e não foge de polêmica com petistas – é visto como ponto negativo no núcleo duro do Paço.

O PR, que se dividiu na eleição interna e quase provoca a derrota de Zé Dourado, se colocou à disposição na indicação do líder de governo. O partido tem quatro vereadores – Talabi Fahel, Reinaldo Meira, Luiz Paulo Salgado e José Zito da Silva, o Zezito –, porém nenhum deles é unanimidade no Executivo.

Diante do cenário adverso, integrantes do primeiro escalão da Prefeitura não descartam promover o retorno de Márcio da Farmácia (PV) para a Câmara e colocá-lo como líder do governo. Márcio é vereador licenciado, ocupou a Pasta de Obras na primeira metade da gestão Lauro e está bem encaminhado para ser chefe de Gabinete nos dois últimos anos da administração. Entretanto, poderia ser obrigado a retornar pela falta de quadros – dentro do PV, mentores do governo não querem promover retorno de Capel e não veem estofo político em Zé do Bloco e Albino Cardoso, suplentes que exercem mandato.

Lauro chegou a dizer publicamente que Vaguinho do Conselho (PSB) seria bom parlamentar para ficar como líder do governo na Casa. Sua postura na eleição interna, quando foi um dos mentores da candidatura de oposição, enterrou a possibilidade. Além de tirar o PSB da candidatura governista, Vaguinho foi responsável direto por convencer outra aliada do Paço, Cida Ferreira (PMDB), a migrar para a oposição – a peemedebista foi a candidata contra Dourado, mas perdeu.