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Nairo pediu para sair e nada mudou no Azulão
Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
15/10/2019 | 07:00
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O surpreendente pedido de afastamento de Nairo Ferreira de Souza da presidência do São Caetano na semana passada evidenciou, ao menos, que as coisas não andam nada bem administrativamente no Azulão. Se os números mostram balanço positivo, inflado pelas milionárias doações que já foram contabilizadas nesta coluna, as relações interpessoais e os interesses escusos têm tumultuado bastante o clube, ao ponto do dirigente que está há 30 anos no cargo entregar os pontos justificando que iria passar por tratamento médico.

A carta de afastamento de Nairo, protocolada em cartório e entregue a Paulo Bottura, presidente do conselho deliberativo, tem uma semana. E nada mudou desde lá. O dirigente continua mandando no clube. O vice, Roberto Campi, conhecido como Bia, ficou esperando ser empossado presidente e preferiu sentar para não cansar. O que me fez refletir: por que, então, Nairo fez e assinou aquela carta se não tinha a real intenção de largar o osso? Ele foi obrigado a fazer isso? Sob qual circunstância? A quem interessa essa insegurança sobre o futuro do clube?

São respostas que o torcedor dificilmente terá. Nairo não é apenas presidente, ele é dono da empresa que gere os interesses do clube, a São Caetano Futebol Ltda, e por isso não tem necessidade de prestar esclarecimentos públicos. Ao longo de 30 anos o dirigente se apropriou da equipe, fechou grupo sólido de apoiadores e tem no quadro diretivo pelo menos dois dos seus três filhos atuando: Mônica é diretora das categorias de base e Marcelo é secretário do conselho deliberativo.

Talvez seja essa falta de identificação que não permita que se passe de 500 pessoas por jogo no Anacleto Campanella. Afinal, que motivação tem o torcedor para deixar sua casa, pagar ingresso, transporte e comida para torcer por um clube que tem dono? Por algo que não lhe pertence? Eu, que já critiquei e muito os torcedores azulinos pela baixa frequência, hoje entendo completamente as razões pelas quais a cidade abandonou o clube. Triste. E, pelo jeito, um caminho sem volta. A menos que aquela estranha carta de afastamento um dia se torne realidade.

SAUL NO SANTO ANDRÉ?
Quem monitora de perto a turbulência pela qual passa a diretoria do São Caetano são os andreenses, que foram procurados por Saul Klein, filho de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia e mantenedor do Azulão, principalmente no período do fim da década de 1999 e início de 2000, quando o clube encantou o Brasil e a América do Sul. O empresário mostrou interesse em investir no principal rival, mas não dá para saber se é uma intenção genuína ou apenas para tentar aumentar a pressão sobre Nairo Ferreira, afinal, conselheiros e torcedores não digeriram bem essa possibilidade. Continuo apostando na segunda opção.

De concreto, tem apenas reuniões entre advogados do clube e os de Saul para formalizar modelo de negócio. Na prática estão documentando até que ponto o empresário teria autonomia para gerenciar o Santo André. Tudo ainda está em estágio preliminar, o que gera certa apreensão pelos lados do Jaçatuba. O Ramalhão está na Série A-1 do Campeonato Paulista e já deveria estar no mercado fazendo pré-contratos com jogadores das séries B e C do Brasileiro, como seus principais adversários. Mas nem treinador o clube tem, pelo menos oficialmente. Mesmo que comece hoje, o planejamento já estará atrasado. A expectativa era iniciar os trabalhos em novembro, ou seja, em um mês terá de fechar com um técnico e pelo menos 20 jogadores.

GRANDE ABC EM ALTA
Faltam duas rodadas para o fim da terceira fase da Copa Paulista e os times da região vão bem, de acordo com suas possibilidade. Dono do maior investimento, o São Caetano já está classificado para a semifinal, mostrando que os problemas nos bastidores – ainda – não refletem em campo. No mesmo grupo, o Santo André, que estava praticamente eliminado após três derrotas seguidas, ressurgiu com vitória espetacular diante do Mirassol, que defendia invencibilidade de 13 partidas. Agora, o Ramalhão faz contas, mas todas elas passam pela vitória diante do Azulão no clássico de amanhã, às 15h, em Suzano. Isso mesmo! Sem o Bruno Daniel e sem opções na região, foi o que restou à diretoria andreense. Na outra chave, o EC São Bernardo se classifica se vencer o Comercial, também amanhã, no 1º de Maio. Nada mal para o Cachorrão, que debuta na competição.

PALPITÃO DO FATTORI

Semana com jogos para todos os gostos, com rodadas no meio de semana do Brasileirão e da Copa Paulista. Vamos aos chutes. Brasileirão – Rodada 26: Cruzeiro 0 x 0 São Paulo, Palmeiras 3 x 0 Chapecoense, Goiás 2 x 1 Corinthians e Santos 2 x 0 Ceará. Rodada 27: Corinthians 1 x 0 Cruzeiro, Atlético-MG 2 x 1 Santos, São Paulo 2 x 0 Avaí e Athletico-PR 1 x 1 Palmeiras. Copa Paulista – Rodada 21: EC São Bernardo 1 x 0 Comercial, Santo André 1 x 0 São Caetano. Rodada 22: XV de Piracicaba 1 x 1 EC São Bernardo, São Caetano 1 x 1 Mirassol e Ferroviária 0 x 1 Santo André. 




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