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No vermelho, Correios tentam elo via Consórcio

Empresa busca convênios na região para atenuar crise; entre os serviços, há entrega de remédios

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
08/08/2018 | 07:00
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Divulgação


Em grave crise financeira, os Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) buscaram dar primeiro passo para viabilizar acordo junto ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Na assembleia de prefeitos, realizada ontem, o vice-presidente de Negócios Públicos da estatal, José Furian Filho, indicou possíveis parcerias entre as cidades envolvidas. A proposta seria contratar a empresa para realizar, por exemplo, a entrega de medicamentos, uniformes ou kits escolares na região.

O encontro foi articulado por meio do escritório do Consórcio em Brasília. Furian alegou que as alternativas são colocadas como saídas para tentar resgatar as contas da estatal do vermelho. Segundo o presidente do órgão e prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), já há interesse de algumas cidades da região em, pelo menos, iniciar diálogo com os Correios na entrega de remédios. “São Bernardo já tem reunião agendada para debater esse assunto. Vou chamar a conversa para o gabinete, e dar um pouco mais de celeridade”, disse. Não há informações, contudo, sobre valores.

Morando destacou que a estatal já realiza serviço parecido em outras cidades, citando como exemplo o projeto Leve Leite, na Capital. “Esse é um assunto importante e que gera filas em UBSs e UPAs. Seria um avanço se conseguíssemos realizar este tipo de entrega via Correios. Principalmente os remédios de uso contínuo, como os (destinados) para a pressão e diabetes.”

Uma das facilidades do acerto, segundo o tucano, seria o fato de os Correios serem uma estatal e, desta forma, não precisaria encaminhar processo de licitação para a contratação da empresa. “Com certeza o trâmite seria bem mais rápido”, pontuou. Para Furian, este tipo de parceria faz parte de um novo pacote de produtos e serviços que poderiam trazer soluções para o poder público e ajudar os Correios a sair da instabilidade nas finanças que enfrenta nos últimos quatro anos. Houve prejuízo nos últimos três anos, mas no ano passado foi quebrada essa sequência. “Temos de 97% a 98% de sucesso na taxa de entrega. Percebemos a necessidade de criação de uma área focada na relação com o cliente”, argumentou o dirigente.

PRESENÇA

Além da participação de Morando no encontro, também marcaram presença o prefeito de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSB), o vice-prefeito de Santo André, Luiz Zacarias (PTB), o secretário de Governo de Mauá, Antônio Carlos de Lima (PRTB), e a ex-deputada Vanessa Damo (MDB). É a primeira vez que algum representante de Mauá participa de uma reunião do Consórcio desde que Alaíde Damo (MDB) assumiu interinamente o Executivo – a partir da prisão e afastamento do prefeito eleito Atila Jacomussi (PSB).

Morando critica demora da descentralização

Com a possibilidade de conseguir formalizar a entrega de medicamentos de alto custo por meio dos Correios, o prefeito Orlando Morando fez críticas à situação atual do projeto de descentralização na distribuição destes remédios. Anunciado pelo governo do Estado em 27 de março, o projeto ainda não saiu do papel e continua a sobrecarregar o Hospital Mário Covas, em Santo André.

“David Uip (secretário de Saúde à época) deixou o projeto assinado. Cabe ao atual secretário (Marco Antônio Zago) responder porque não está andando (o projeto). Considero a situação lamentável o fato de o projeto não estar em operação. Agora vamos tentar com os Correios”, pontuou.

Segundo o chefe do Executivo de São Bernardo, caberia a cada município do Grande ABC, que esteja interessado, a realizar um estudo de quanto custaria a parceria com a estatal.

“Considero que esta seja uma necessidade. Não faz sentido pacientes se deslocando para retirar remédio em UBS (Unidade Básica de Saúde). As UBS são para realizar atendimentos”, concluiu o prefeito.  




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