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Entre mães e filhas
Por Miriam Gimenes
10/05/2009 | 07:00
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Fascinação. Esta é a palavra certa para definir o sentimento que a mãe desperta na filha desde pequena. É ainda aos primeiros passos que a pequena começa a imitar tudo o que sua ‘musa' faz: se maquiar, usar salto - sim, elas arriscam uns passos com o calçado maior que o pé -, arrumar o cabelo, colocar brincos etc. Mas e quando a situação se inverte e a mãe é tão nova a ponto de parecer irmã da filha? Como conduzir este tipo de relacionamento e não confundir as coisas?

Situação não rara nos lares brasileiros, especialistas indicam às mães manter o espírito de hierarquia. "Ela pode ser amiga, mas nunca deixar de ser mãe", recomenda a psicanalista Malvine Zalcberg, autora do livro A Relação Mãe e Filha.

Maria Rita D´Ângelo Seixas, coordenadora do curso de Terapia Familiar da Unifesp e Presidente da APTF (Associação Paulista de Terapia Familiar), tem a mesma opinião. Para ser uma relação duradoura e harmoniosa, mãe e filha têm de se pôr em seu lugar. "No momento em que começa a fazer os mesmos programas, a se vestir da mesma forma, a mãe forçosamente perde seu papel, o que prejudica tudo", acredita.

A terapeuta diz isso porque os avanços estéticos permitem às matriarcas ficarem cada vez mais jovens. Se não souberem administrar essa realidade, podem achar que estão tão novas quanto as filhas e, por isso, podem ir aos mesmos lugares e ter os amigos em comum. Malvine diz que o que importante é a mãe ser alguém que direcione, mas não sufoque. "Se não houver distinção, a mãe começa a achar que é um pouco dona dessa filha, o que pode atrapalhar."

Se o problema não for sanado, alerta Maria Rita, a filha pode perder toda a sensação de segurança que tinha. "Ela pode ficar com baixa estima já que seu espelho, sua proteção, começa a disputar espaço com ela. Isso interfere no desenvolvimento dessa mulher."

INICIATIVAS - A fim de evitar esse tipo de desentendimento, a Dove fez uma cartilha com dicas para tornar a relação mãe e filha mais amena. Segundo a gerente de marketing da empresa, Fernanda Conejo, o objetivo foi ajudá-las a enfrentar a influência dos padrões de beleza colocados pela sociedade. "Mães que estão com sua auto-estima enfraquecida podem passar para suas filhas uma visão também distorcida sobre beleza e comportamento. O objetivo é fazer com que elas sejam mulheres mais fortes e mais confiantes."

Em pesquisa realizada pela marca, 57% das meninas (de 15 a 17 anos) afirmaram que as mães são as primeiras pessoas que exercem influência sobre seus sentimentos em relação à estética. Mas a verdade é que esse espelho materno reflete em todos os setores da vida e saber lidar com a situação é o segredo para uma convivência em harmonia.




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