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Palavra do leitor
Nacionalismo, inovação e o futuro
Do Diário do Grande ABC
14/09/2019 | 11:44
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Nas últimas décadas, ‘globalização’ foi a palavra que melhor definiu o cenário mundial. A formação de blocos econômicos e políticos, aliada à popularização do acesso à internet e, posteriormente, ao advento das redes sociais, praticamente nos fez esquecer das chamadas ‘identidades nacionais’. Isso vale sobretudo para nós, brasileiros, sempre tão cosmopolitas e dispostos a nos integrar ao todo. Essa configuração começou a mudar no fim de 2008 e início de 2009, quando eclodiu a maior crise econômica do planeta desde o ‘Crash de Nova York’ (1929). Foi ali, pela necessidade de proteger a economia doméstica e garantir empregos para os próprios cidadãos, que muitos países começaram a rever suas apostas na globalização.

Uma das consequências desse, digamos, ‘reexame’, foi o ressurgimento, mundo afora, dos movimentos de teor nacionalista. Nos Estados Unidos, Donald Trump elegeu-se presidente com discurso claramente antiglobalista; de maneira semelhante, o russo Vladimir Putin, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban e até o brasileiro Jair Bolsonaro têm no discurso nacionalista o cerne de suas propostas políticas. A vitória do Brexit, isto é, da saída do Reino Unido da União Europeia, em plebiscito realizado em junho de 2016, também é um símbolo importante dessa tendência à fragmentação, apesar de o Parlamento inglês, até o momento, ter conseguido frear sua efetiva concretização.

O apreço pela ‘identidade nacional’ também tem influenciado as relações comerciais entre os países, ao mesclar elementos de ‘orgulho patriótico’ com a necessidade de manter empregos ‘em casa’. A guerra comercial entre China e Estados Unidos é bom exemplo desse embate e de como as economias emergentes podem tirar partido dessa situação: no primeiro semestre de 2019, os sul-coreanos investiram US$ 1,97 bilhão no Vietnã, contra US$ 1,60 bilhão alocado na China. As razões são óbvias: ante o risco de sanções aos produtos fabricados em solo chinês, os sul-coreanos, que possuem algumas das maiores marcas multinacionais de eletroeletrônicos e da indústria automotiva, apressam-se em migrar suas linhas de produções para países próximos, fartos em mão de obra e momentaneamente menos expostos à ira do seu principal importador, ou seja, os Estados Unidos.

Temos, portanto, economias e pensamentos cada vez mais fechados em suas próprias necessidades e idiossincrasias. Se essa tendência irá se refletir em menor compartilhamento de saberes e tecnologias, e de que maneira o viés nacionalista/conservador se conciliará com mundo cada vez mais disruptivo, que caminha para o uso crescente de soluções que envolvem inteligência artificial, blockchain, terapias genéticas e tantas outras inovações, são perguntas que permanecem sem respostas.

Maurice Kattan é sócio diretor da Union National.

Metrô, não BRT

Confesso que li e reli as reportagens sobre a visita do secretário dos Transportes Metropolitanos Alexandre Baldy ao Consórcio Intermunicipal (Política, ontem) e não entendi absolutamente nada. O que esse senhor pensa de nós, moradores do Grande ABC? Ele acha mesmo que vamos engolir docilmente esse estelionato que é a troca do Metrô pelo BRT? Basta ler com cuidado as declarações para descobrir que ele não tinha conhecimento de absolutamente nada do que falava. O mais lamentável é ver que os prefeitos da região, em vez de se insurgirem contra a falta de clareza e a ausência de objetividade do discurso do secretário, acabaram cortejando-o. Fiquei triste ao ver que o presidente do colegiado e prefeito de Santo André, Paulo Serra, foi uma vítima do canto da sereia de Alexandre Baldy. Como assim, dizer que só agora a região “passa a ter discussão do Metrô real”? O senhor não leu o Diário nos últimos tempos?

Fábio Clemente de Jesus

Diadema

Mauá

Diante da volta do prefeito Atila à Prefeitura de Mauá, fiquei bastante animada com a fala do vereador Chiquinho do Zaíra quando disse que se a Justiça absolveu, quem seria ele para falar alguma coisa. Concluiu dizendo que a tarefa deveria ser executada por Mauá, ou seja, pelo povo da cidade. Parabéns, vereador.

Rosângela Caris

Mauá

Independência

Senhor Augusto Aras, realmente o Ministério Público tem que ter independência. Até para engavetar processos contra desafetos?

Tânia Tavares

Capital

Chapéu alheio

Tanto se falou na corrupção envolvendo a Petrobras, que bilhões e bilhões foram roubados. Quando a Lava Jato descobriu o maior esquema de corrupção de que se tem notícias, condenou e prendeu alguns, recuperou pequena parte do que foi roubado. Com dinheiro recuperado, não faltaram pais para adotar o filho, tais como AGU (Advocacia Geral da União), PGR (Procuradoria Geral da República) e Câmara. Como dizia minha avó, ‘depois do prato feito não falta quem queira comer’. E com esse prato pronto, chegou a vez de o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir o acordo entre PGR, AGU e Câmara. Não precisa ser mágico para adivinhar: perderão aqueles que investiram na estatal (acionistas) e o povo. Não fosse a força- tarefa da Lava Jato nada teria sido descoberto. Apesar de todo esquema de corrupção ainda há setores que não reconhecem o trabalho realizado, mas na hora de fazer cortesia com o chapéu alheio não faltam candidatos. A conferir o que fará o STF. 

Izabel Avallone

Capital

Permaneça!

Que felicidade passarmos uma semana sem ter de ouvir os absurdos ditos por Jair Bolsonaro toda vez que abre a boca! É salutar que ele permaneça calado para que, assim, sejam evitadas polêmicas e provocações, já que ele não sabe se expressar como chefe da Nação. 

Juvenal Avelino Suzélido

Jundiaí (SP)

Economia

Parabenizo o leitor Nelson Sanches pelo que escreveu (Poupança, dia 12), que concordo, e acrescento: seria muito bom para o povo e para o Brasil se fosse editada medida provisória autorizando o imediato retorno, pelos bancos, dos valores que estão retidos sob o titulo ‘poupança’ dos planos Collor e Verão, e não ficarmos ainda esperando março de 2020 para que o STF (Supremo Tribunal Federal) e o ministro Gilmar Mendes liberem a autorização para a devolução. Aplicadores poderiam pagar seus débitos em bancos, ao invés de ficar com o seu dinheiro retido em benefício dos bancos, uma vez que tal demanda já foi decidida em segunda instância. Isso permitiria aos aplicadores ou seus herdeiros suportarem as dificuldades da obtenção de recursos causada pelo desemprego, aposentadoria ou, ainda, poderiam aplicar esses recursos para iniciar atividade e empreender, começando negócio, buscando ajuda de profissionais, como o Sebrae, por exemplo. Tal iniciativa incentivaria o giro da economia, conforme consta em reportagem sobre o saque no FGTS, no valor de R$ 500, para alguns milhões de brasileiros (Economia), o que aumentará pifiamente o consumo ou reduzirá em quase nada as dívidas dos brasileiros. 

Nahor Della Colleta

São Caetano

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