Para forçar alunos a se matricularem em escolas próximas de onde moram, a Secretaria de Estado da Educação nega desde maio o transporte gratuito aos jovens que estudam em unidades de referência, longe de suas casas.

Um documento assinado pela direção da EE (Escola Estadual) Professor João Galdêncio Mainane, em Ribeirão Pires, em junho, comprova a conduta do governo. O texto é uma resposta à reivindicação de pais cujos filhos perderam o acesso ao transporte gratuito.

Procurada pelo Diário, a Secretaria de Estado da Educação confirmou a determinação. “Absurdo. Várias vezes o ônibus chega vazio na escola, com lugares sobrando”, afirma o consultor de informática Sidnei Ceobaniuk Zaluchi, 38 anos.

Descontentamento - No início do ano, ele transferiu os filhos Guilherme, 7 anos, e Verônica, 9, da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Professor Sebastião Vayego de Carvalho, próximo de onde mora, para a EE João Mainane por considerar o ensino oferecido pelo Estado melhor que o das escolas municipais da cidade.

Em maio, quando passou a ser necessária a apresentação de uma carteirinha para embarcar no ônibus, as crianças perderam o direito ao transporte. Desde então, o pai passou a buscá-los em seu horário de almoço.

Situação semelhante enfrenta a dona-de-casa Vilma de Moraes Martins, 35 anos. Seu filho mais velho ainda pode utilizar o transporte gratuito. O mesmo direito não foi estendido à caçula da família. Os dois freqüentam a EE João Mainane.