Economia Titulo Seu bolso
Gasolina sobe de
4% a 5% nos postos

Reajuste do óleo diesel afeta custo de toda a cadeia
produtiva, o que se reflete nos preços dos produtos

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
31/01/2013 | 07:27
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A Petrobras aumentou o preço da gasolina nas refinarias em 6,6%. Mas o consumidor vai pagar entre 4% e 5% a mais pelo combustível na bomba, já que ele é composto por 20% de etanol antes de chegar aos carros.

Nos últimos 11 anos, a Petrobras realizou 19 reajustes no valor da gasolina. Neste período, o produto nas refinarias acumulou alta de 91%. Mas o encarecimento que chegou ao bolso do consumidor do Grande ABC foi de até 71%.

A companhia petrolífera de capital misto também elevou o preço do óleo diesel na refinaria em 5,4%. Este aumento será percebido pelos consumidores após algumas semanas, mas não diretamente. Ele será disseminado no valor dos produtos e serviços, tendo em vista que contribuirá no aumento de custo da cadeia produtiva.

Mas no caso da gasolina, o impacto ao consumidor será imediato, disse o economista do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) André Braz. "E esse combustível representa, em média, 4% do orçamento das famílias".

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou a jornalistas, ontem, que o reajuste vai gerar inflação de 4% na gasolina na bomba.

Braz vai um pouco além e acredita que o repasse atingirá 4,5%. O economista Bruno Fernandes, da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) também tem opinião diferente à do ministro. "Estimamos que o combustível fique 5% mais caro para o consumidor."

HISTÓRICO - Conforme informou a Petrobras, por nota, desde janeiro de 2002, a empresa mexeu por 19 vezes no preço da gasolina, sendo que cinco delas foram reduções dos valores. Desta maneira, a inflação na refinaria atingiu a marca de 91% no período.

Porém, segundo a pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio no Grande ABC para os consumidores, desde janeiro de 2002, teve a maior alta acumulada em Diadema, de 71%. São Bernardo, por sua vez, teve o menor avanço nos custos, com elevação 65%.

CADEIA - Diretor-presidente do Instituto de Pesquisa Fractal e economista da FIA (Fundação Instituto de Administração), Celso Grisi avalia que o reajuste do diesel vai elevar o custo da cadeia produtiva, e os produtos chegarão mais caros ao consumidor. "A indústria tem forte uso do combustível, como quem usa caminhões ou máquinas agrícolas. E o aumento será repassado no preço."

O professor de Economia Volney Gouveia, da Fundação Santo André, concorda com o repasse do diesel para os produtos e serviços. "Ainda mais se considerarmos que a nossa matriz de transporte é rodoviária, cerca de 95% da nossa matriz."

Mas o cálculo para chegar ao peso no bolso do consumidor é arriscado, disse Braz, do Ibre/FGV. "O diesel é apenas um dos fatores que contribuirão para o repasse. Temos ainda os custos de mão de obra, manutenção e renovação de frota, por exemplo. Algum reflexo terá nos preços em geral, mas ao longo de 2013."

 

Governo elevará mistura do etanol em maio

O governo federal vai elevar a parcela de etanol na mistura da gasolina, dos atuais 20% para 25%, a partir de 1º de maio, como forma de atenuar o impacto do reajuste dos combustíveis ao consumidor.

O estímulo às usinas de cana-de-açúcar veio acompanhado de aviso do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão: aumentos "abusivos" de preços da gasolina nos postos de combustíveis serão fiscalizados "com rigor".

SEM ABUSOS - O aumento de preços foi de 6,6% nas refinarias, então não pode chegar a 10%, por exemplo, nos postos. O mercado é livre, mas não pode se exceder. O governo vai fiscalizar com rigor", disse Lobão, depois de reunião com representantes do setor sucroalcooleiro e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Pouco antes do encontro, Mantega afirmou que o aumento dos combustíveis na bomba deve ficar próximo a 4%. "Os postos vão passar 4,4% de aumento, porque tem a mistura de etanol", afirmou Mantega. Segundo ele, de 2006 a 2012, o preço da gasolina subiu 6%. "É uma elevação modesta, uma pequena correção que não vai atrapalhar ninguém", disse. (da AE)

 

 

 

 




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