Economia Titulo Emprego
Indústria da região fecha 1.150 vagas no mês

A questão preocupa, já que as perspectivas
para os próximos meses não são animadoras

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
17/04/2014 | 07:00
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Ciesp


O nível de emprego industrial no Grande ABC registrou nova retração em março, com o fechamento de 1.150 vagas, que significou recuo de 0,39% em relação ao total de pessoas empregadas em fevereiro, de acordo com levantamento do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) feito com base nos números de postos de trabalho das empresas associadas às diretorias regionais da entidade. Foi o nono mês seguido de queda.

 No ano, as fabricantes da região já acumulam redução de 3.000 vagas e, nos últimos 12 meses, há decréscimo de aproximadamente 11.750 postos, segundo a pesquisa.

 O corte de empregos na região, em março, foi liderado pelos setores de confecções e acessórios, veículos e autopeças, máquinas e equipamentos e produtos de metal. Porém, o levantamento mostra que o aumento das demissões é generalizado, e empresas de grande parte dos segmentos estão enxugando seus quadros de funcionários.

 A questão preocupa, já que as perspectivas para os próximos meses não são animadoras. “As coisas estão piorando, com o aumento dos juros e a dificuldade (de obtenção) de empréstimos. A tendência não é de melhorar”, afirma o vice-diretor da unidade regional do Ciesp de São Caetano, William Pesinato.

 Ainda de acordo com o dirigente, as dificuldades estão tanto no mercado interno quanto no Exterior, pois o espaço conquistado pelos produtos brasileiros lá fora “está sendo ocupado por outros concorrentes”.

REUNIÃO

 O diretor da regional do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva, participou, ontem à tarde, de reunião da Comissão Municipal de Emprego, em que se colocou em discussão o cenário de paradas na fabricação de veículos e as demissões programadas pelas montadoras, que estão com estoques elevados – de acordo com números da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), os carros zero-quilômetro parados nos pátios das fábricas e nas lojas já representam 48 dias para desova, número que só fica atrás dos 52 dias contabilizados em seguida ao estouro da crise internacional, em novembro de 2008.

 Por causa desse cenário, segundo Silva, as companhias de autopeças estão buscando alternativas, para garantir a continuidade dos negócios. No entanto, ele considera que a única possibilidade de se tentar reverter esse quadro, no momento, seria a formação de mão de obra para melhorar a produtividade e aumentar a qualidade dos produtos. O diretor critica, porém, iniciativas como o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), que, na sua avaliação, é focado em cursos pontuais, que não ensinam a pensar, apenas em fazer. “Estamos (o Ciesp) propondo que as empresas promovam cursos de nível Médio, com apoio do governo federal”, diz.

  




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