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Banco Mundial entrará na luta contra AIDS
Do Diário do Grande ABC
17/04/2000 | 14:14
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O Banco Mundial (BM)anunciou nesta segunda-feira que deseja integrar plenamente a luta contra a epidemia de AIDS em sua estratégia de ajuda ao desenvolvimento, depois de constatar que a doença tem um impacto cada vez maior nas economias dos países pobres.

``Trata-se de um verdadeiro desafio, nao só em termos humanos, mas também de desenvolvimento, especialmente na Africa', o presidente do BM, James Wolfensohn, ao apresentar as deliberaçoes do comitê de desenvolvimento, instância comum do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

Desconhecido há 20 anos, o vírus da AIDS infeccionou 50 milhoes de pessoas no mundo. 16 milhoes morreram, das quais 2,6 milhoes em 1999. Das 34 milhoes de pessoas atualmente infectadas, 95% vivem em países em desenvolvimento, entre elas 23 milhoes na Africa.

Essas estatísticas têm repercussoes em todos os fatores de desenvolvimento dos países pobres, nos investimentos privados, na produtividade, na educaçao e no gasto público.

``Dado que enfraquece e mata adultos em plena atividade, trabalhadores e pais de família, a AIDS destrói a produtividade, dizima a força de trabalho, reduz as qualificaçoes, desgasta a poupança e muda a estrutura familiar', adverte o Banco Mundial em seu estudo.

A instituiçao destaca que nos países onde o vírus afeta 8% dos adultos, como ocorre em 21 países da Africa, o crescimento anual por habitante se vê amputado em 0,4%. Em países como Zimbabue, onde a proporçao de adultos contaminados alcança 25%, o crescimento perdeu um ponto.

Os custos médicos pesam cada vez mais sobre os orçamentos desses Estados. Em países onde os índices de difusao do vírus sao de 15%, os custos médicos passarao de 2,5% do PIB atualmente a 6% dentro de dez anos, adverte o Banco Mundial.

A epidemia tem conseqüências tangíveis sobre a produçao. Cerca de 19% dos trabalhadores qualificados na Africa do Sul serao portadores de AIDS em 2015, afirma um estudo do Banco ING Barings.




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