Comissão tem ouvido entidade sobre escolha de superintendente do Hospital Mário Covas
O grau de democracia no processo interno da FUABC (Fundação do ABC) para escolher o superintendente do Hospital Estadual Mário Covas tem sido questionado pela Câmara de Santo André. O legislativo criou comissão de assuntos relevantes para tratar da repercussão da escolha do médico Adilson Cavalcante para o posto em novembro.
O Diário noticiou que a fundação mudou o regimento interno para que a presidente Adriana Berringer Stephan tivesse autonomia para fazer a escolha. O nome de Cavalcante foi chancelado depois pelo conselho curador da FUABC. A entidade é fundação pública pertencente a Santo André, São Bernardo e São Caetano e tem autonomia administrativa.
Em três reuniões, a comissão já ouviu o corpo técnico da instituição, a presidente e o novo superintendente. O último encontro ocorreu na segunda-feira. Adriana argumentou que o regimento foi alterado em decorrência de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o MP (Ministério Público) em 2019. No documento, a instituição se comprometeu a fazer a revisão.
O presidente da comissão da Câmara, vereador Eduardo Leite (PT), questiona o porquê de as regras não terem sido alteradas para tornar mais democrático o processo de escolha do superintendente. A mudança teria resultado no oposto. “Por que não ampliou a autonomia para fazer essa padronização? Foi uma decisão política. Não houve transparência nessa operação”, critica.
A comissão pediu à entidade que forneça o documento do TAC para que seja avaliado pelos vereadores. A próxima reunião deve acontecer após o recebimento e análise do termo. O relatório final da comissão não tem implicações jurídicas, mas pode sugerir ao Ministério Público que inicie investigação.
Leite também lembra que Adilson Cavalcante é aliado do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB). O médico atuou como diretor técnico do Hospital Anchieta, pertencente ao município. “É evidente que é alguém da confiança mais do prefeito do que dela (da presidente da Fundação). Embora seja uma atitude que pode prejudicar Santo André, não é ilegal”, pondera em relação à ligação com o prefeito são-bernardense.
Questionada pelo Diário, a Fundação do ABC informou que o TAC é público e que pode ser consultado no Portal da Transparência da entidade. Negou que a presidente tenha tido autonomia na escolha do superintendente. Lembrou da participação do conselho de curadores, que também teria opinado na alteração do regimento .
Já o prefeito Orlando Morando, em nota, disse que “entende que a manifestação (sobre o assunto) cabe estritamente à Fundação do ABC.”
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.