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Endividamento feminino supera média, diz pesquisa
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
28/08/2010 | 07:01
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As mulheres estão mais endividadas do que a média nacional das famílias. Enquanto 59% delas são atraídas pelas tentações das facilidades do crédito em junho, cerca de 54% dos consumidores em geral caiu nas teias das dívidas. Os dados fazem parte de levantamentos da empresa de pesquisa e inteligência feminina Sophia Mind e da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

E boa parte dessa superioridade acontece devido ao bombardeio de informações que estimulam o consumo de produtos e serviços femininos. "Se você pegar as lojas dos shoppings, quase 80% delas tem grande parte das ofertas voltadas para elas. A área de alimentação responde por 10% e o restante é direcionado aos homens", pontuou o professor do curso de Administração da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Adriano Gomes.

"Os homens têm grande apelo de consumo eletrônicos, por exemplo. Então os preços são mais caros e as compras acontecem em espaço de tempo maior", explicou Gomes, acrescentando que o contrário acontece com as mulheres.

Ele explica que elas são mais atraídas pelos preços mais baixos de roupas e cosméticos. "O ticktet médio delas é mais baixo, e as compras são em menor espaço de tempo", destacou o professor da ESPM.

É neste momento que mora o risco de maior endividamento. Se a consumidora não tem dinheiro à vista, a tendência é que ela utilize alguma modalidade de crédito para adquirir o produto ou serviço. Porém, o professor de economia Antonio Colangelo Luz, que ministra aulas de economia na Trevisan Escola de Negócios, alertou: "O cartão de crédito e o cheque especial são armadilhas". E estas modalidades são as principais responsáveis pelo endividamento dos consumidores, apontam as pesquisas

JUROS
Luz explicou que os juros cobrados nestas modalidades, quanto são utilizadas como crédito, são mais altos do que a inflação, que sobe em média 0,5% ao mês. "O cartão de crédito varia entre 14% e 15% ao mês. E o cheque especial fica entre 7% e 9%", pontuou.

Ele aconselha a não utilização destes recursos, a menos que seja em último caso depois de tentar outras alternativas de crédito com custo menor.

Com o cartão de crédito, o importante é pagar o valor completo das parcelas que está na fatura. "Se você paga o valor que aparece como mínimo, você está financiando. E é aí que entram os juros", acrescentou Luz. "Se comprar algo em dez vezes de R$ 150, no cartão, pague os valores completos das parcelas", destacou.

MULHERES
A pesquisa da Sophia Mind, com universo de 913 mulheres de todo o País, revela que 48% delas já fizeram dívidas para pagar outras dívidas. "Neste caso, o interessante é vender um bem para liquidar o débito", disse Luz, orientando que as pessoas evitem adquirir recursos, com juros, para se livrar do endividamento.




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