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FMABC fará estudo genético para
identificar variante do coronavírus

Sequenciamento terá início no laboratório do centro universitário até a última semana deste mês; especialista vê avanço regional no controle da Covid-19

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
23/08/2021 | 00:01
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Denis Maciel/ DGABC


A FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), com sede em Santo André, começará a realizar ainda neste mês o sequenciamento genômico para detecção de variantes do novo coronavírus, fundamental para obter o controle da pandemia. Foram investidos inicialmente R$ 100 mil para a aquisição de um sequenciador portátil, reagentes e computadores capazes de fazer a leitura do DNA completo do vírus. A capacidade de processamento será de até 200 amostras semanais – atualmente o centro universitário encaminha o material para sequenciamento no Instituto Butantan, em São Paulo.

Vice-reitor da FMABC, Fernando Fonseca explicou que a análise será feita com amostras que o laboratório do centro universitário recebe dos testes realizados nos municípios do Grande ABC e de São Mateus, na Zona Leste da Capital. “O sequenciamento genético permite que a gente acompanhe a evolução das variantes de maneira mais ágil. Um vírus altamente transmissível como este causador da Covid está sempre mudando para se adaptar. Quanto mais amostras tivermos para analisar, mais iremos entender como ele está se desenvolvendo na comunidade, quais medidas de prevenção são mais efetivas e como as vacinas estão agindo”, esclareceu. “Com essa iniciativa faremos um mapeamento mais detalhado dos casos na região”, completou Fonseca.

A expectativa, conforme o vice-reitor, é que os primeiros resultados do sequenciamento estejam disponíveis em até 15 dias após o início das análises, prevista para acontecer na última semana de agosto.

Atualmente, o laboratório da FMABC tem feito diariamente cerca de 600 testes de Covid e bateu em agosto a marca de 400 mil exames realizados desde o início da pandemia. A média atual é de 11% de positividade. Em abril eram 2.400 análises diárias, com até 60% de casos positivos.

Infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco destacou que o sequenciamento genético das variantes é fundamental nas estratégias de combate ao vírus. “Atualmente nós temos poucos laboratórios no Brasil que fazem isso (o sequenciamento genético), e a gente faz isso muito pouco. Enquanto muitos países desenvolvidos, como a Inglaterra e os Estados Unidos, monitoram o sequenciamento o tempo todo para detectar as variantes o mais precocemente possível”, comparou o médico.

Branco frisou que a medida da FMABC será boa para a região, e também ao País, caso haja mais laboratórios sequenciando o vírus “em grandes quantidades”. “Isso mostra que o Grande ABC está avançando nesse aspecto, procurando alternativas para que não fique na dependência de um ou outro laboratório. É muito interessante essa iniciativa e que tem o apoio da maioria dos cientistas”, finalizou o especialista. 




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