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Convocação de Vedoin gera polêmica
26/07/2006 | 00:03
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O bate-boca imperou ontem a reunião reservada entre parte dos integrantes da CPI dos Sanguessugas. O motivo da discórdia foi a insistência de membros da comissão em marcar depoimento do empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, um dos sócios da Planam, principal empresa do esquema de superfaturamento de ambulâncias. Também houve muita discussão sobre a inclusão do nome do ex-ministro Saraiva Felipe (PMDB-MG) na lista de parlamentares notificados. O clima foi de tensão durante toda a reunião, que durou mais de duas horas.

“Teve bate-boca por tudo”, resumiu o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos sub-relatores da CPI dos Sanguessugas. Os mais exaltados foram o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) e a senadora Heloísa Helena (PSol-AL), que é candidata à Presidência da República. Para Gabeira, o depoimento de Vedoin à CPI não é mais necessário e só servirá para acirrar os ânimos e dar palco para os 90 parlamentares notificados pela comissão. Mas tanto Heloísa Helena quanto o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), que também é sub-relator da comissão, e o relator Amir Lando (PMDB-RO) discordaram.

Os três defenderam o depoimento de Vedoin à CPI dos Sanguessugas. Depois de muita discussão, ficou definido que o depoimento será restrito a um grupo de integrantes da comissão e provavelmente ocorrerá na Polícia Federal de Cuiabá ou de Brasília, na semana que vem. Também depois de muita polêmica os integrantes da CPI resolveram incluir o nome de Saraiva Felipe na condição de deputado federal.

O tom de crise na CPI dos Sanguessugas foi dado logo de manhã, antes da reunião, por Gabeira. Assim que chegou à comissão, o deputado verde saiu criticando o relator Amir Lando, que colocou empecilhos à apresentação do relatório parcial com o nome dos parlamentares envolvidos na semana que vem. Gabeira afirmou que Lando estava “equivocado” ao resistir em divulgar o nome de todos os envolvidos na máfia das ambulâncias e que estava preocupado apenas com sua campanha ao governo de Rondônia.

“Acho que o relator tem medo de cometer alguma injustiça. Mas os fatos estão colocados. O tempo que relator precisa a mais não vai ajudar a apurar mais coisas. Se ele estivesse investigando exaustivamente, eu compreenderia. Mas ele pura e simplesmente não se move e diz que é preciso mais tempo para separar o joio do trigo. Não tem de separar o joio do trigo. Esse é um argumento falacioso. Ele está em campanha em Rondônia. É candidato ao governo”, afirmou Gabeira. No fim da tarde, a temperatura na comissão ficou mais baixa e o deputado verde saiu abraçado da CPI com Lando.  




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