Em conseqüência, entre outros fatores, do dólar em queda frente ao real, o saldo comercial (diferença entre as exportações e as importações) do Grande ABC no primeiro trimestre caiu 22,5% frente a igual período de 2007.

 De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o saldo passou de cerca de US$ 559 milhões nos três meses iniciais de 2007 para aproximadamente US$ 433 milhões neste ano até março.

 A retração se deve ao ritmo acelerado das compras de itens de outros países (crescimento de 37,9% no acumulado do ano até março), estimuladas pela taxa cambial, segundo especialistas. Já as vendas externas cresceram mais lentamente, 13,2%.

 O movimento de alta das importações na região, pelo menos por enquanto, é visto como um sinal da expansão da economia. Com a demanda interna aquecida e o dólar em baixa, muitas indústrias intensificaram as aquisições de insumos e equipamentos do Exterior, segundo o diretor do departamento de Economia da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Roberto Gianinni.

 Os dados do Ministério mostram que os bens de capital (máquinas e equipamentos) adquiridos de outros países seguem em ritmo forte, mostrando que há disposição das empresas em investir na produção, para atender a demanda. Em São Bernardo, houve alta de 40% nas importações desses itens; em São Caetano, subiu 57% e em Santo André, 54%.

 Isso ocorreu embora tenha crescido a aquisição de bens de consumo do Exterior – em São Bernardo, mais do que duplicou, de US$ 25,3 milhões para US$ 53,3 milhões, sobretudo por conta de compras de veículos importados. “Pior seria se tivéssemos queda na importação de bens de capital, aí seria preocupante”, disse o coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Imes, de São Caetano, Francisco Funcia.