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Mauá tem 'terapia do riso' com a trupe dos Parlapatoes
Por Mônica Santos
Da Redaçao
05/12/1999 | 16:40
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Um dos mais bem-humorados grupos de teatro de Sao Paulo estará nesta segunda-feira no Anfiteatro Vinicius de Moraes, em Mauá. Os Parlapatoes, Patifes & Paspalhoes apresentam a peça ppp@wllmshkspr.br, sucesso de público há dois anos, como convidados para o encerramento da 10ª Mostra Aberta de Teatro, promovida pela Secretaria de Cultura da cidade. E mais: a peça tem entrada franca, mas os ingressos precisam ser retirados com uma hora antecedência, na bilheteria do teatro.

O espetáculo - cujo nome é um endereço eletrônico imaginário que liga os Parlapatoes ao escritor William Shakespeare, ícone do grupo - reúne 37 peças do dramaturgo renascentista em apenas 99 minutos de abordagem caricata, na qual se destacam Romeu e Julieta e Hamlet.

O texto foi escrito pelos norte-americanos Jess Borgeson, Adam Long e Daniel Singer, e chegou aos Parlapatoes por meio do diretor Emílio Di Biasi, que viu uma montagem em Nova York e resolveu fazê-la no Brasil, com traduçao de Bárbara Heliodora. O trabalho, sucesso de público há dois anos, rendeu a Biasi o prêmio de melhor direçao, conferido pela Apetesp (Associaçao dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de Sao Paulo) em 1998.

Para a trupe, formada por Hugo Passolo, Alexandre Roit e Raul Barretto, a improvisaçao e perspicácia que exige esta miscelânia de textos nao é novidade, já que a companhia surgiu nas ruas, há oito anos, apresentando números teatrais e circenses na Praça da Sé, em Sao Paulo, antes de passar o chapéu.

O desafio, no entanto, está na diferença entre as peças de Shakespeare. "Nao é fácil estabelecer em poucos segundos o clima da próxima peça citada. Estamos fazendo o romance dramático de Romeu e Julieta e quase que instantaneamente entramos no terror de Macbeth. Além disso, a troca de roupas nos camarins é um espetáculo à parte", explica Barretto.

Ao que parece, no entanto, eles conseguiram superar as dificuldades. As apresentaçoes de ppp@wllmshkspr.br chegam a 200 nesta semana e vêm funcionando como uma terapia para as platéias. "As pessoas se divertem muito e a crise de riso se repetiu no Brasil inteiro. Acho que isto acontece porque nós evocamos na peça outros comediantes. Nos inspiramos em Oscarito e Grande Otelo, das chanchadas brasileiras, em Os Três Patetas, em Golias. Sao homenagens sutis, mas as pessoas se identificam", diz o ator.

Além desta peça, o grupo tem outras 14 no repertório, que, com freqüência, sao apresentadas nos teatros de Sao Paulo. "Nós insistimos também nos fracassos", brinca Barretto. Além disso, a trupe está no TBC até 12 de dezembro, com ppp@wllmshkspr.br e também com o projeto Happy Happy Hour, no qual apresenta peças curtas sobre a Idade Média. Tais montagens servem de laboratório para o próximo trabalho do grupo, Gargantua e Pantagruel, do humanista francês François Rabelais, que deve estrear no próximo semestre.




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